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STÉFANIE RIGAMONTISÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Entre a lista de pessoas convidadas pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para o jantar em homenagem ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na segunda-feira (10), estava João Doria, ex-chefe do Executivo estadual.
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Até então, Doria, que deixou o PSDB no final de 2022, estava isolado do governo de Tarcísio –que foi ministro de Infraestrutura de Jair Bolsonaro (PL)– depois que rivalizou com o ex-presidente enquanto foi governador de São Paulo.Após ter se aliado a Bolsonaro na eleição de 2018, Doria se tornou um de seus principais inimigos políticos e, em 2023, afirmou que ele foi "o pior presidente que o Brasil já teve".
Em uma coletiva de imprensa antes do jantar, Tarcísio disse a jornalistas que apenas pessoas próximas participariam do evento.
"Resolvi, vou fazer um jantar para o meu amigo Roberto, com poucos amigos, gente do meu convívio, que trabalhou com a gente no governo", disse.Além dele, também participou do jantar Rodrigo Garcia (PSDB), que sucedeu Doria no Governo de São Paulo após este renunciar para participar da corrida presidencial em 2022.
À Folha de S.Paulo Doria disse que foi recebido com delicadeza por Tarcísio no jantar e teceu elogios à gestão atual do estado. "Tarcísio está fazendo um ótimo governo e fico feliz que ele esteja dando continuidade a várias políticas iniciadas na minha gestão."
O convite de Tarcísio a Doria acontece após um aceno do governador de São Paulo a outro grupo rival do bolsonarismo.
Na semana passada, Tarcísio disse durante um evento que só tem a agradecer à ex-presidente Dilma Rousseff (PT) pelo tempo em que trabalharam juntos quando ele foi diretor do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).
"Trabalhei com a presidente Dilma, sem termos alinhamento político, ela sempre foi muito respeitosa comigo e eu com ela. E deu muito certo", afirmou o político.
Depois, no fim de semana, em um evento empresarial em Guarujá, o governador enfatizou que é bolsonarista, após ser provocado pelo jornalista William Waack, que mediava a conversa, a dizer se era bolsonarista."A primeira pergunta que a gente tem que saber é o que é ser bolsonarista. Eu sou bolsonarista, vou continuar sendo bolsonarista. Isso significa que eu sou conservador, sou liberal e acredito em um Brasil que vai ter economia de mercado", afirmou.
A declaração foi dada num momento em que Tarcísio sofre críticas de aliados do ex-presidente, que o pressionam por provas mais explícitas de lealdade.