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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (11) que vai intensificar o combate contra o tráfico de pessoas na selva de Darién, região localizada na fronteira entra a Colômbia e o Panamá e um dos locais mais mortais para imigrantes no mundo.
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A selva, que tem 266 quilômetros de extensão, é uma das principais rotas que migrantes de diversas partes do mundo usam para chegar aos EUA -depois da travessia de Darién, muitos passam por toda a América Central e o México para chegar na fronteira sul estadunidense.
Washington disse que uma unidade especializada no combate ao tráfico de pessoas criada em 2021 vai atuar na área. Essa equipe já trabalhou em Honduras, Guatemala, El Salvador e México.
"Com o anúncio de hoje, ampliamos nossos esforços de aplicar a lei em Darién, uma das travessias de migrantes mais perigosas do mundo, e implantando programas de recompensa como os que ajudaram a capturar chefes de cartéis para perseguir os traficantes", disse a vice-procuradora-geral da República dos EUA, Lisa Monaco. "Àqueles que traficam pessoas em Darién, digo o seguinte: o governo dos EUA vai atrás de vocês."
O Departamento de Estado disse ainda que vai oferecer até US$ 8 milhões por qualquer informação que leve à captura de traficantes em Darién –em especial aos líderes do Clã do Golfo, um dos cartéis colombianos que atua na região.
Em 2023, mas de 500 mil pessoas cruzaram a passagem de Darién em direção aos EUA enfrentando perigos como animais selvagens, rios com fortes correntezas, e grupos criminosos que assaltam, estupram e matam migrantes.De acordo com o governo do Panamá, mais de 150 mil pessoas já passaram por Darién só até maio de 2024 -a maioria venezuelanos, haitianos, equatorianos e colombianos, mas também pessoas de países da África e do resto do Caribe. Estima-se que cerca de 3 milhões de migrantes entrem nos EUA todos os anos.
O presidente eleito do Panamá, José Raúl Mulino, que assume o país no dia 1º de julho, prometeu fechar a travessia e deportar migrantes que entrem no país pela fronteira com a Colômbia, mas descarta a construção de um muro.
O anúncio desta terça vem dias depois que o presidente Joe Biden endureceu as regras de entrada de migrantes pela fronteira com o México, uma medida pensada para atacar uma das vulnerabilidades da sua gestão que vem sendo explorada na campanha eleitoral em curso no país.
O texto promulgado no último dia 4 permite que a fronteira seja fechada para solicitantes de asilo caso a média diária de chegada de imigrantes supere 2.500 em um intervalo de sete dias. O limite é muito inferior à média recente -em abril, por exemplo, foram 4.300 travessias por dia.