© Paulo Whitaker/Reuters
Assim, o investidor espera o desfecho da reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e banqueiros na capital paulista, em meio à expectativa de que se pronuncie sobre a situação fiscal do Brasil.
O encontro ocorre após o imbróglio da semana passada, que azedou ainda mais o humor do mercado e fez Haddad reclamar publicamente de vazamento de "informações falsas", indicando enfraquecimento do arcabouço fiscal. Desta forma e após o Congresso derrubar a MP que limitaria a compensação de créditos tributários do PIS e da Cofins, houve a percepção de isolamento de Haddad no governo.
"Sem um sinal concreto em relação ao fiscal, o mercado fica sem trigger", observa Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
Apesar dos recentes ruídos envolvendo o nome de Haddad, Lourenço ainda acredita que o ministro é uma figura que sempre gera expectativa positiva ao mercado. "Haddad ainda é uma das "vozes mais prudentes no governo", afirma.
Ontem, o Ibovespa fechou em baixa de 0,31%, aos 119.567,53 pontos, menos intensa do que a queda de 1,40% do dia anterior. A limitação da desvalorização na quinta-feira refletiu o compromisso do governo - Haddad, Tebet e do presidente Lula - por meio de falas, com o fiscal do País.
"A fala de Haddad de que a equipe econômica prepara uma ampla revisão dos gastos e os elogios de Lula ao ministro da Fazenda ajudaram a reduzir um pouco as incertezas com o cenário fiscal", descreve em nota a MCM Consultores. "Mas o quadro das contas públicas para os próximos anos ainda está indefinido, o que justifica a continuidade dos elevados prêmios de risco", pondera a consultoria.
Às 11h20, o Ibovespa cedia 0,54%, aos 118.926,31 pontos, ante recuo de 0,62%, na mínima aos 118.828,08 pontos. A desvalorização é puxada em boa medida por ações de primeira linha. "Caem em bloco, com venda de Brasil", observa o operador de renda variável da Manchester. Assim, acentua a queda semanal a 1,54% - quarta seguida.
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