Campos Neto tem 'lado político' e trabalha contra o País, ataca Lula

Na sequência, Lula afirmou que o próximo presidente do BC será alguém que "não se submete à pressão do mercado" e que tenha compromisso com "o desenvolvimento do País e o controle da inflação"

© Reuters

Economia Governo Lula 19/06/24 POR Estadao Conteudo

Na véspera de decisão do Copom, que deve interromper o corte de juros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomou ontem sua artilharia contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Em entrevista à Rádio CBN, Lula disse que o chefe do BC não demonstra capacidade de autonomia, tem lado político e trabalha para prejudicar o País.

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"Nós só temos uma coisa desajustada no Brasil nesse instante, é o comportamento do Banco Central, essa é uma coisa desajustada. Um presidente do BC que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o País do que ajudar, porque não tem explicação a taxa de juros do jeito que está", criticou ele.

Na sequência, Lula afirmou que o próximo presidente do BC será alguém que "não se submete à pressão do mercado" e que tenha compromisso com "o desenvolvimento do País e o controle da inflação". Hoje, o BC trabalha apenas com uma meta para a inflação. O mandato de Campos Neto termina em dezembro. Dos nove diretores da instituição, Lula já indicou quatro.

 

As declarações de Lula esquentaram sessão da Comissão de Constituição e Justiça do Senado que discute projeto que amplia a autonomia do Banco Central (mais informações na pág. B2). Segundo operadores, também tiveram efeito no mercado de câmbio, que já trabalhou de olho na reunião do Copom. A moeda subiu mais 0,23% e foi a R$ 5,43.

"É uma 'minitombinização', porque estamos falando de um BC que vai trabalhar com inflação no teto", reagiu o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, se referindo à ideia do presidente de escolher alguém menos ortodoxo para o BC. Alexandre Tombini ocupou o cargo no governo Dilma Rousseff.

Ainda na entrevista, Lula voltou a criticar o jantar oferecido semana passada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) a Campos Neto. "(Tarcísio) tem mais (poder de influência) do que eu. Não é que ele encontrou com Tarcísio numa festa. A festa foi para ele, foi homenagem do governo de São Paulo para ele, certamente porque o governador de São Paulo está achando maravilhoso a taxa de juros de 10,5%", atacou Lula.

Sobre os rumores de que Campos Neto teria sinalizado que aceitaria ser ministro da Fazenda em um eventual governo de Tarcísio, Lula fez uma comparação com o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), que deixou a magistratura para ser ministro no governo Bolsonaro. "A gente vai repetir um Moro? O presidente do BC está disposto a fazer o mesmo papel que o Moro fez? Um paladino da Justiça, com rabo preso a compromissos políticos?"

Nas redes sociais, Moro disse que a comparação é uma "nuvem de fumaça" para a "incompetência" do governo Lula na área da economia.

 

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