EUA expressam 'decepção profunda' com Netanyahu após críticas de premiê

Netanyahu criticou os Estados Unidos por supostamente estar demorando para entregar ajuda militar ao Estado judeu

© <p>Getty Images</p>

Mundo Guerra 20/06/24 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRES) - Um vídeo publicado pelo primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, criticando os Estados Unidos por supostamente estar demorando para entregar ajuda militar ao Estado judeu voltou a aumentar as tensões entre os dois países nesta quinta-feira (20).

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Bibi, como o premiê é conhecido, postou na terça (18) uma gravação em que chamou de "inconcebível" uma aparente lentidão de Washington para enviar mais armamentos e munições para Tel Aviv.

No vídeo -gravado em inglês, e não em hebraico-, ele supostamente expõe bastidores de uma conversa com o chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, que teria garantido a ele que a Casa Branca estava tentando derrubar as atuais restrições ao envio de armas a Israel. Blinken recusou-se a comentar a menção a seu nome em encontro com a imprensa na mesma data.

Os EUA suspenderam em maio o envio de 3.500 bombas de 2.000 libras (907 kg) e 500 libras (226 kg) devido à preocupação com o impacto que elas poderiam ter em áreas densamente povoadas.

Afora essa remessa, porém, o envio de outros armamentos estaria ocorrendo normalmente, segundo a diplomacia americana, uma vez que Tel Aviv continuava a enfrentar ameaças à segurança por parte do Irã e do Hezbollah, milícia libanesa ligada à república islâmica.

A publicação gerou reação por parte dos EUA. Na própria terça, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, afirmou não saber "do que ele [Netanyahu] estava falando".

Nesta quinta, foi a vez de o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, se pronunciar. "Acho que deixamos claro para nossos colegas israelenses, por meio de vários meios, nossa profunda decepção em relação ao que foi dito", disse em entrevista coletiva.

Kirby ainda disse que a descrição que Bibi fez da situação não corresponde à realidade. "A ideia de que paramos de ajudar Israel em relação às suas necessidades de autodefesa não é de modo algum verdadeira. Nenhum outro país fez mais [do que nós] para ajudar Israel a se defender da ameaça do Hamas", completou.

Netanyahu não se dispôs a aplacar os ânimos. Em nota divulgada em seguida nesta quinta, ele chamou as declarações de Washington de "ataques pessoais", mas acrescentou que está disposto a sofrê-los "desde que Israel receba dos EUA a munição de que precisa na guerra por sua existência".

A decisão do presidente Joe Biden de suspender o envio de bombas potentes como as de 2.000 libras foi anunciada depois de Bibi determinar a continuidade dos ataques militares à Rafah, na fronteira com o Egito -cidade para onde mais de 1 milhão de moradores de Gaza, ou quase metade da população total, fugiu à medida que os israelenses avançavam no território.

Em abril, o líder democrata tinha avisado Tel Aviv de seus temores em relação a uma potencial invasão da cidade.

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