2 em cada 3 brasileiros são contra o PL Antiaborto por Estupro, diz Datafolha

O levantamento ouviu 2.021 pessoas de idades a partir de 16 anos, distribuídas em 115 municípios do Brasil, nos dias 17, 18 e 19 de junho

© iStock

Brasil Pesquisa 21/06/24 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Nova pesquisa Datafolha mostra que 66% dos brasileiros são contrários ao Projeto de Lei 1904/2024.

PUB

De autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), a proposição prevê uma alteração no Código Penal de 1940.

Se aprovada, fará com que mulheres vítimas de estupro que realizarem o aborto após a 22ª semana de gestação, quando a viabilidade fetal é presumida, tenham pena equiparada à reclusão prevista em caso de homicídio simples, que pode chegar a 20 anos.

O levantamento ouviu 2.021 pessoas de idades a partir de 16 anos, distribuídas em 115 municípios do Brasil, nos dias 17, 18 e 19 de junho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

Ante os 66% que se posicionam contrários à proposição, 29% são favoráveis, 2% disseram que são indiferentes e 4% não sabem.

Nem todos, porém, ficaram sabendo do projeto. Enquanto 56% dos entrevistados afirmam conhecer o PL, 44% não têm conhecimento. Do total, 24% se consideram bem informados, 27% mais ou menos informados e 4% mal informados.

No Brasil, o aborto só é permitido em caso de gestação decorrente de estupro, risco à vida da mulher e anencefalia fetal. Os dois primeiros estão previstos no Código Penal e o último foi permitido por meio de uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) em 2012. Para todos esses cenários, não há limite da idade gestacional para a realização do procedimento.

O índice daqueles que se dizem a favor do PL, 29%, é menor do que os 38% de entrevistados que se posicionam contra o aborto em qualquer situação. O projeto, além de criminalizar a interrupção da gestação mesmo em caso de estupro, se tardia, também propõe o endurecimento da pena.

A proposição foi rechaçada pela sociedade civil em manifestações. Em São Paulo, onde grupos se reuniram na av. Paulista nos dias 13 e 15 de junho, as cobranças foram direcionadas ao presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL).

Em 12 de junho, Lira colocou em pauta a apreciação do regime de urgência do projeto, aprovado em uma votação-relâmpago em que os deputados não registraram seus votos. Foi um aceno à bancada evangélica, da qual Sóstenes é um dos líderes.

Segundo o Datafolha, 57% dos evangélicos são contrários à proposta, enquanto os que se posicionam à favor são 37%. Os indiferentes representam 2%, e 5% afirmam não saber como se posicionar. Cerca de 52% deles dizem ter tomado conhecimento do projeto, ante 48% que não sabem do que se trata.

Na pesquisa, os evangélicos -que variam entre denominações pentecostais, neopentecostais, protestantes, que não frequentam igrejas e sem especificação de linha religiosa- são 30% dos entrevistados.

Apesar de o projeto vir de um deputado evangélico, ele recebeu apoio de parlamentares católicos. Além disso, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) também se posicionou de forma favorável.

Os católicos se mostram ainda mais contrários ao PL que os evangélicos: 68% discordam do projeto, ante 28% que concordam. Os indiferentes são 2%, e 3% não se posicionaram. Maioria na pesquisa, os católicos são 49% dos entrevistados. Deles, 55% afirmam ter tomado conhecimento do PL, enquanto 45% declaram que não tomaram conhecimento do texto.

A proposição foi assinada por 32 deputados, dos quais 12 são mulheres. Seis delas fazem parte da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara.

Entre as mulheres entrevistadas, 69% afirmam ser contrárias à proposição, enquanto a proporção de homens foi de 62%. Eles têm maior expressão de apoio ao PL, com 34%. As mulheres favoráveis ao projeto são 25%.

Em março, outra pesquisa Datafolha mostrou que 52% dos brasileiros afirmam que mulheres que fazem abortos devem ser presas -seis pontos percentuais a menos do que em 2018, quando 58% do país era a favor da punição após a interrupção da gravidez. Em 2013 e 2016, o número chegou a 64%, enquanto em 2007, era de 43%.

Na pesquisa atual, 38% querem a proibição completa do procedimento, 34% dos entrevistados dizem que a lei deve continuar como é hoje, e 24% acham que o acesso ao aborto deve ser ampliado.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

politica Investigação Há 17 Horas

PF põe Bolsonaro como líder de organização e vê viagem aos EUA como parte de plano, diz TV

fama Beto Barbosa Há 12 Horas

Beto Barbosa é criticado por ter se casado com adolescente de 15 anos

brasil Goiás Há 18 Horas

Piloto de avião que caiu em Goiás mandou vídeo dentro de aeronave

fama Harry e Meghan Markle Há 16 Horas

Harry e Meghan Markle deram início ao divórcio? O que se sabe até agora

fama Ron Ely Há 19 Horas

Revelada causa da morte de Ron Ely, ator de 'Tarzan'

fama Viralizou Há 17 Horas

Rafa Vitti cita segredo sexual de Tatá na frente do pai da apresentadora

fama Vídeo Há 17 Horas

DiCaprio é acusado de 'comportamento desrespeitoso' em hotel

fama Redes Sociais Há 12 Horas

Jojo Todynho vira garota-propaganda da Havan, que ironiza 'cancelamento'

lifestyle Culinária de luxo Há 16 Horas

As comidas mais caras do mundo: Você já provou alguma?

fama CARIÚCHA-CANTORA Há 13 Horas

Cariúcha não apresenta 'Fofocalizando', e programa revela cirurgia plástica