Lula diz ter pouca relação com Tarcísio e que não irá julgá-lo sobre bolsonarismo

O presidente afirmou que o bolsonarismo tem governadores de estados importantes e que são naturalmente apontados como candidatos para as próximas eleições

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Política São Paulo 26/06/24 POR Folhapress

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) disse nesta quarta-feira (26) que mantém pouca relação com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), possível candidato nas eleições presidenciais de 2026.

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Lula ainda acrescentou que não vai "julgá-lo" por sua relação com o bolsonarismo e que ambos podem estar juntos em eventos no estado, caso o governador aceite os convites.

Após tratar Tarcísio como adversário pela primeira vez, na semana passada, Lula agora cita que o bolsonarismo tem quatro candidatos para as próximas eleições presidenciais.As declarações foram dadas em entrevista para o UOL.

O presidente afirmou que o bolsonarismo tem governadores de estados importantes e que são naturalmente apontados como candidatos para as próximas eleições. Nesse contexto, afirmou que não iria julgar Tarcísio de Freitas por sua relação com Jair Bolsonaro (PL) e com o movimento ligado ao ex-presidente.

"Primeiro que eu não vou julgar o Tarcísio. E quando eu citei o Tarcísio, não é só o Tarcísio, o bolsonarismo tem perspectiva de ter quatro candidatos, pelo menos, das pessoas mais proeminentes. Ele tem o Tarcísio, que é governador do estado mais importante, ele tem o [Romeu] Zema que é o governador do segundo estado mais importante, ele tem o [governador de Goiás, Ronaldo] Caiado que está se oferecendo todo dia para ser o candidato, e tem o Ratinho do Paraná", afirmou.

"Isso não precisa ser inteligência, isso não é uma sacada inteligente minha 'o Lula descobriu quatro pessoas'. Não, são governadores de estados importantes que podem ser candidatos. Não sei, não sei se serão, sinceramente, não sei se serão", completou.

Lula também disse que seguirá visitando o estado de São Paulo, para inaugurar obras e anunciar novos projetos. Disse que Tarcísio de Freitas sempre terá "direito à palavra", se quiser participar. Mas ressaltou que tem pouca relação com o governador.

"Eu tenho pouca relação com o Tarcísio. Espero que ele não tenha preocupação. Ele está junto comigo em alguns eventos que eu vou, estou indo para São Paulo sábado, feu vou para zona leste, eu vou anunciar a faculdade da zona leste [...] vou anunciar instituto Franco da Rocha, vou anunciar instituto em Ribeirão Preto. E, se ele quiser estar junto, está convidado, tem direito à palavra", afirmou.

Na semana passada, o presidente havia reconhecido a possibilidade de disputar a reeleição em 2026 para vencer o que chamou de trogloditas. O mandatário, no entanto, não explicou a quem se referia.

"Se for necessário ser candidato para evitar que os trogloditas que governaram esse governo voltem, eu serei candidato", afirmou à rádio CBN.

"Não vou permitir que esse país volte a ser governado por um fascista e um negacionista", completou. O petista afirmou ainda que estará no auge de sua vida em 2026, aos 80 anos.

O presidente afirmou que a reeleição não seria a sua "primeira hipótese". No entanto, reforçou no mesmo momento que aceitaria disputar para evitar que um "fascista" assuma o poder.

Lula e o seu governo se recuperaram junto à opinião pública, após um período de queda na aprovação da atual gestão.

Pesquisa Datafolha na semana passada mostrou que a aprovação ao trabalho do presidente se manteve estável ante a rodada anterior, realizada em março, oscilando de 35% para 36%. Já a reprovação foi de 33% para 31%, enquanto o regular passou de 30% para 31%.

Apesar da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos, que indica a estabilidade no quadro geral, o empate técnico entre quem considera Lula ótimo/bom e ruim/péssimo do levantamento passado deu lugar a uma leve melhora em favor do presidente.

Ao mesmo tempo em que seu governo volta a ser bem avaliado, o Palácio do Planalto e o PT enfrentam dificuldades para encontrar um possível substituto para Lula nas eleições de 2026. Considerado um nome natural na sucessão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrentou derrotas recentes no Congresso e ainda é alvo de fogo-amigo, tanto no governo como no seu próprio partido.

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