Indústria perde 745,5 mil empregos em uma década no Brasil

As conclusões são da PIA (Pesquisa Industrial Anual) - Empresa, divulgada nesta quinta-feira (27) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)

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Economia IBGE-INDÚSTRIA 27/06/24 POR Folhapress

(FOLHAPRESS) - O número de pessoas ocupadas com trabalho na indústria brasileira cresceu pelo terceiro ano consecutivo, ao passar de cerca de 8,1 milhões em 2021 para 8,3 milhões em 2022. Apesar do avanço de 2,6%, o contingente mais recente ainda está 8,3% abaixo do patamar registrado em 2013 (9 milhões).

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As conclusões são da PIA (Pesquisa Industrial Anual) - Empresa, divulgada nesta quinta-feira (27) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Na comparação de 2022 (8,3 milhões) com 2013 (9 milhões), que abrange o período de uma década, as fábricas acumularam uma perda de 745,5 mil empregos no país.O número se assemelha à população inteira de Santo André (748,9 mil), na Grande São Paulo, ou de Natal (751,3 mil), a capital do Rio Grande do Norte.

A série histórica da PIA vai de 2007 a 2022, o último ano do governo Jair Bolsonaro (PL). O recorde da ocupação na indústria foi verificado em 2013 (9 milhões).

A reativação do setor é defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Porém, medidas de incentivo prometidas para as fábricas são vistas com ressalvas por uma ala de economistas.Synthia Santana, analista da pesquisa do IBGE, diz que não há uma única resposta para explicar a perda de empregos ao longo da década.

A técnica afirma que períodos de crises econômicas são o principal motivo para o corte de vagas de trabalho, mas isso não envolve apenas a indústria. Outros setores também sentem as turbulências, segundo ela.

Entre os anos de 2013 e 2022, o Brasil amargou a recessão de 2014 a 2016, seguida por período de baixo crescimento, além do prejuízo econômico da pandemia de Covid-19.

"Na última década, tivemos mudanças regulatórias no mercado de trabalho que podem estar influenciando os resultados, mudanças no perfil das empresas, nas decisões estratégicas das empresas", afirma Santana, ao comentar a situação da indústria.

"O setor de serviços vem ganhando espaço. Teve bastante mudança nas políticas de reajustes salariais, vem mudando o perfil da mão de obra, com bastante digitalização. Não é possível dar uma única resposta para a mudança na ocupação", acrescenta.

De acordo com a PIA, a população empregada na indústria estava em 7,6 milhões em 2019, no pré-pandemia. A partir daí, o indicador engatou três anos consecutivos de alta, para 7,7 milhões em 2020, 8,1 milhões em 2021 e 8,3 milhões em 2022. Na passagem dos dois últimos anos, o crescimento foi de 213,4 mil postos.

Do contingente total de 2022 (8,3 milhões), a maior parcela, de 97,3% (8,1 milhões), estava alocada na indústria de transformação. A fatia restante (2,7%, ou 225,7 mil) atuava na indústria extrativa.

Em 2022, as atividades que mais empregaram foram fabricação de produtos alimentícios, com 22,8% da mão de obra total, confecção de artigos do vestuário e acessórios (7%) e produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (5,9%). Veículos automotores, reboques e carrocerias (5,6%) e produtos de minerais não-metálicos (5,2%) vieram na sequência.

O IBGE diz que, embora o topo do ranking não tenha sofrido alteração frente a 2013, a fabricação de produtos alimentícios foi a única dessas atividades a aumentar a participação no emprego da indústria. O indicador avançou 3,7 pontos percentuais, de 19,1% em 2013 para 22,8% em 2022.

A fabricação de produtos alimentícios empregou 1,9 milhão de pessoas no ano mais recente da pesquisa. Ante 2013, houve um acréscimo de cerca de 161 mil vagas. Foi a maior variação em termos absolutos na pesquisa.

A confecção de artigos do vestuário e acessórios, por outro lado, perdeu cerca de 219 mil postos na passagem de 2013 para 2022. A redução foi a mais intensa em termos absolutos na pesquisa. O número de vagas nessa atividade recuou a 576,5 mil.

Leia Também: Desastre ambiental no RS segue influenciando negativamente confiança do comércio, diz FGV

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