A vida escandalosa de Charlie Chaplin até depois da morte!
O gênio da comédia tinha um lado sombrio que muitas vezes é esquecido
A vida escandalosa de Charlie Chaplin até depois da morte!
Charlie Chaplin é amplamente considerado o maior artista da comédia no cinema e uma das figuras culturais mais significativas do século XX, tendo tornando-se um ícone mundial após o Vagabundo, seu personagem mais famoso. Porém, escondido sob o seu estilo de humor pastelão, havia uma personalidade bem mais sombria, um Chaplin descrito por muitos que o conheciam pessoalmente como insensível, explorador e sádico. Além disso, o comediante foi altamente criticado por seus casos amorosos em série, um hábito predatório que beirava o crime.
Mas o que era, afinal, tão perturbador em sua vida pessoal? Clique na galeria e descubra o lado sombrio e secreto de Charlie Chaplin.
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Nascimento de um gênio da comédia
Charles Spencer Chaplin Jr. nasceu em Londres, Inglaterra, em 16 de abril de 1889.
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Charles Chaplin Sr.
O pai dele, Charles Chaplin Sr., era músico, mas também um alcoólatra crônico.
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Hannah Chaplain
Hannah Chaplin, mãe de Charlie, também era artista e trabalhava como atriz, cantora e dançarina.
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Infância
A infância de Chaplin em Londres foi cheia de pobreza e dificuldades. Seus pais se separaram em 1891, quando tinha 2 anos. E ele viu o pai muito pouco depois disso. Aos 9 anos, Chaplin e seu meio-irmão mais velho, Sydney, foram admitidos duas vezes num abrigo para trabalhadores pobres. Enquanto isso, sua mãe tinha sido internada num hospital psiquiátrico. O jovem Chaplin aparece na terceira fileira da frente desta foto: o terceiro da esquerda, aos 7 anos de idade, junto com colegas da Escola Central London District Poor Law.
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Pré-adolescência
Esse foi um começo sombrio para o jovem. Aos 13 anos, Chaplin abandonou os estudos para seguir uma carreira no show business. Nesta imagem, ele foi fotografado entre os 14 e 16 anos, caracterizado como Billy, o mensageiro, na peça 'Sherlock Holmes'.
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Chegada aos Estados Unidos
Em 1913, Chaplin fez uma turnê nos Estados Unidos com a prestigiosa companhia Vaudeville de Fred Karno. Um dos colegas de palco do jovem comediante era Arthur Stanley Jefferson, mais tarde conhecido como Stan Laurel, da dupla 'O Gordo e o Magro'
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'Carlitos Repórter' (1914)
Durante uma segunda turnê nos Estados Unidos, Chaplin foi convidado a se juntar à New York Motion Picture Company. O artista fez sua primeira aparição no cinema em 1914 no curta-metragem de comédia intitulado 'Carlitos Repórter'.
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O Vagabundo
O personagem marcante de Chaplin, o "Vagabundo", estreou na tela no mesmo ano, em 1914, em 'Corrida de Automóveis Para Meninos'.
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Fama internacional
Aos 26 anos, Charlie Chaplin era uma das pessoas mais famosas do mundo, reconhecido em todos os lugares por seu personagem e ganhando incríveis 670 mil dólares por ano. Isso equivale a, atualmente, cerca de 16,5 milhões de dólares.
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Celebridade
Desfrutando de sua fama global e fabulosa riqueza, Chaplin circulava na alta sociedade em ambos os lados do Atlântico. Ele gostava de passatempos caros e aproveitava ao máximo seu status de celebridade.
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Primeiro casamento
A primeira esposa de Chaplin foi a atriz Mildred Harris. Ela tinha 16 anos e ele, 26, quando se casaram em 1918. No entanto, o casamento acabou em 1920. O casal teve um filho que morreu três dias após o nascimento. Nos papéis de divórcio, Mildred Harris citou crueldade mental como motivo para a separação. Chaplin, por sua vez, a acusou de infidelidade e reclamou que ela não era compatível com ele intelectualmente.
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Segundo casamento
Chaplin conheceu Lita MacMurray quando ela tinha oito anos de idade. Aos 12 anos, ela fez o papel de "anjo flertando" no filme 'O Garoto' (1921). Três anos depois, ela foi escalada para o filme 'Em Busca do Ouro' e iniciou um caso com o então Charlie Chaplin de 35 anos.
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Escândalo
Lita MacMurray ainda era menor de idade quando engravidou de Chaplin. Para evitar escândalo, eles se casaram secretamente em novembro de 1924 e ela trocou o nome para Lisa Grey. Mas a união foi problemática desde o início.
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Tratamento desumano
Apesar de terem dois filhos juntos, a separação era inevitável. Em seus processos de divórcio, ela acusou Chaplin de obrigá-la a "passar por uma operação ilegal para impedir o nascimento de seu primeiro filho". Documentos divulgados durante a audiência descreveram ainda os supostos casos de Chaplin com inúmeras outras mulheres. Além disso, o tratamento "repugnante" e "desumano" dele para com a esposa foi descrito em detalhes. Na foto, estão Lita e os dois filhos do casal, Charles Chaplin Jr. e Sydney Chaplin.
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Divórcio midiático
O divórcio se tornou um evento midiático e sensacionalista, com ambos comparecendo ao tribunal. Chaplin acabou sendo condenado a pagar mais de 700 mil dólares (aproximadamente 10 milhões de dólares nos dias de hoje) para sua ex-esposa. O processo deixou Chaplin perto de um colapso nervoso, enquanto, nas ruas, crescia o clamor pela proibição de seus filmes.
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Sozinho
Mas, na verdade, Chaplin saiu relativamente ileso do escândalo e triunfou em 1931 com 'Luzes da Cidade', considerado um dos melhores filmes americanos já feitos. Porém, o sucesso do longa não foi empolgante para o comediante, que admitiu sentir-se solitário e um tanto inquieto. Então, ele conheceu Paulette Goddard.
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Paulette Goddard
Esse talvez tenha sido um sinal de que Chaplin havia amadurecido emocionalmente: ele se interessou por uma mulher que estava na casa dos 20 anos. Na verdade, Paulette Goddard tinha 22 quando conheceu Chaplin, em 1932. Ainda assim, ele era mais de 20 anos mais velho que ela. O relacionamento recebeu grande atenção da imprensa de Hollywood.
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'Tempos Modernos' (1936)
Paulette Goddard se tornou a atriz principal nos filmes 'Tempos Modernos' de 1936 (imagem) e 'O Grande Ditador' de 1940. Eles se casaram em 1936 e não tiveram filhos. Ela pediu o divórcio em 1942.
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O caso com Joan Barry
Após a separação de Paulette Goddard, Chaplin teve casos breves com várias estrelas, incluindo Joan Barry (na foto). Mas o relacionamento acabou com dois abortos e um processo de paternidade movido contra o então comediante de 54 anos, depois que ele negou ser o pai da filha de Barry, Carol Ann. O astro perdeu o caso.
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Lei Mann
O caso com Joan Barry teve um impacto ainda mais prejudicial para Chaplin. Há muito tempo, J. Edgar Hoover desconfiava das inclinações políticas de Chaplin e aproveitou a oportunidade para fazer publicidade negativa sobre ele. O chefe do FBI iniciou uma campanha difamatória para manchar a reputação de Chaplin, alegando que o comediante havia descumprido a Lei Mann, que proíbe o transporte de mulheres através de fronteiras estaduais para fins s-xuais. Chaplin, visto aqui com o seu advogado Jerry Giesler durante o julgamento, foi eventualmente absolvido, mas não antes da imprensa ter comparado o escândalo com o do julgamento pelo assassinato de Fatty Arbuckle em 1921.
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Quarto casamento
Em 1943, Chaplin começou a sair com Oona O'Neill (foto), a filha de 18 anos do dramaturgo irlandês-americano Eugene O'Neill. Chaplin estava na casa dos 50 anos.
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"Amor perfeito"
Em sua autobiografia, Chaplin descreveu o encontro com Oona O'Neill como "o acontecimento mais feliz da minha vida" e afirmou ter encontrado "o amor perfeito".
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Exílio
O casal permaneceu junto até a morte de Chaplin e teve oito filhos. Na foto, estão Charles e Oona O'Neill com quatro de seus filhos, viajando para a Inglaterra a bordo do navio RMS Queen Elizabeth, em 1952. Chaplin voltou aos EUA após a viagem, mas ele e sua família acabaram se estabelecendo na Suíça.
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Lista negra
Em 'Monsieur Verdoux' (1947), Chaplin criticou o capitalismo e também a indústria da guerra. O filme foi um fracasso de crítica e bilheteria nos Estados Unidos, mas teve uma melhor recepção na Europa. Nos EUA, Chaplin foi acusado de ser comunista e o FBI abriu uma investigação contra ele.
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'Luzes da Ribalta' (1952)
Em 'Luzes da Ribalta' (1952), um filme autobiográfico, Chaplin não só fez referência à sua infância miserável e aos pais como também referenciou a perda de sua popularidade nos Estados Unidos. Com a participação da atriz Claire Bloom e uma aparição de Buster Keaton (a única vez que as duas lendas do cinema mudo trabalharam juntas), o filme exigiu que Chaplin promovesse o lançamento no exterior. Após navegar para a Inglaterra, ele descobriu que seu visto de reentrada nos Estados Unidos havia sido revogado.
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Mudança para a Suíça
Banido dos EUA, o desnorteado Charlie Chaplin deu as costas ao país e, em janeiro de 1953, estabeleceu-se com sua família em Manoir de Ban, numa extensa propriedade com vista para o Lago de Genebra em Corsier-sur-Vevey.
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'Um Rei em Nova York' (1954)
Chaplin permaneceu uma figura controversa durante toda a década de 1950. Seu filme de 1954, 'Um Rei em Nova York', uma sátira política, atacou elementos da cultura dos anos 50, incluindo o consumismo, a cirurgia plástica e o cinema de tela wide screen. O filme só foi exibido nos Estados Unidos em 1973.
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Autoritário
Como cineasta, Charlie Chaplin era conhecido por seus altos padrões de exigência, repetindo várias gravações para alcançar a cena perfeita. Durante a produção de 'A Condessa de Hong Kong', em 1967, ele conseguiu irritar Marlon Brando, que mais tarde expressou preocupação com o estilo didático de direção de Chaplin e sua abordagem autoritária. Chaplin fez uma participação especial no filme, que marcou sua última aparição na tela.
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Tensão familiar
Enquanto isso, seu casamento com Oona era, de acordo com relatos, assombrado por seu temperamento agressivo e pela crueldade que tinha com seus filhos.
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Gênio reconhecido
A saúde de Chaplin começou a piorar no final da década de 1960, justamente quando sua vida e carreira estavam sendo reavaliadas. Em 1972, o artista voltou aos Estados Unidos para receber seu segundo Oscar, um prêmio honorário da Academia. Numa cerimônia emocionante, ele foi reconhecido pelo "efeito incalculável que conseguiu ao fazer dos filmes a forma de arte deste século [XX]".
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Morte
Charlie Chaplin faleceu em 25 de dezembro de 1977, na sua casa na Suíça. O artista tinha 88 anos. No entanto, ainda havia um último e macabro ato a ser realizado em sua longa e frequentemente controversa vida, quer dizer, morte.
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O ato final
Chaplin foi enterrado no cemitério da vila de Corsier-sur-Vevey, na Suíça. Em 1º de março de 1978, o corpo do comediante foi desenterrado de sua sepultura por dois ladrões que o reenterraram depois num campo na aldeia vizinha de Noville. A dupla de ladrões de túmulos tentou extorquir dinheiro da viúva de Chaplin, Oona, mas acabou sendo pega e o corpo foi devolvido à mesma sepultura, desta vez em uma urna de concreto reforçado.
Fontes: (Britannica) (Charlie Chaplin Official Website) (History) (The New Yorker)
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Cultura
Cinema mudo
03/07/24
POR Notícias Ao Minuto
Charlie Chaplin é amplamente considerado o maior artista da comédia no cinema e uma das figuras culturais mais significativas do século XX, tendo tornando-se um ícone mundial após o Vagabundo, seu personagem mais famoso. Porém, escondido sob o seu estilo de humor pastelão, havia uma personalidade bem mais sombria, um Chaplin descrito por muitos que o conheciam pessoalmente como insensível, explorador e sádico. Além disso, o comediante foi altamente criticado por seus casos amorosos em série, um hábito predatório que beirava o crime.
Mas o que era, afinal, tão perturbador em sua vida pessoal? Clique na galeria e descubra o lado sombrio e secreto de Charlie Chaplin.
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