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Indicado pelo PR para chefiar o Ministério dos Transportes em um eventual governo Michel Temer (PMDB), o deputado Maurício Quintella (PR-AL) foi condenado em agosto de 2014 por participação em um esquema que desviou dinheiro destinado ao pagamento de merenda escolar em Alagoas, entre 2003 e 2005. Na época, Quintella era secretário de Educação do Estado.
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Procurado, o deputado confirmou à reportagem que seu nome está envolvido nas negociações entre o PR e aliados de Temer que atuam na montagem de um novo ministério. Ele se defendeu das acusações e disse que recorre da condenação expedida em primeira instância, por improbidade administrativa, ao lado de outras nove pessoas.
Nessa ação, a Justiça determinou que todos, somados, devolvessem um total de R$ 133,6 milhões à União por desvios nos programas de merenda e transporte escolar. Quintella, especificamente, foi multado em R$ 4,2 milhões.
Por conta das investigações, o MPF (Ministério Público Federal) conseguiu, em 2008, que a Justiça autorizasse o bloqueio dos bens do deputado.
A ação contra Quintella foi instaurada após a Polícia Federal deflagrar uma operação, a Gabiru, em 2005, para desbaratar a rede de desvios de merenda.
O deputado se viu especialmente envolvido em um caso, que cita o superfaturamento da compra de ovos. Uma licitação homologada por ele, à época secretário, autorizou o pagamento de quase R$ 280 mil para a compra de 90 mil dúzias de ovos. Segundo a Justiça, só metade da compra foi efetivamente entregue.
"A denúncia criminal sequer foi aceita pela Justiça", afirmou Quintella. "E estou recorrendo da decisão de primeira instância da ação civil que determinou o pagamento de multa", disse. O parlamentar alega que as acusações são improcedentes. "Não é o secretário quem faz cotação de preços, é o setor de licitações. A única coisa que diz foi homologar a licitação", afirmou.
Questionado sobre a indicação para o Ministério dos Transportes após possível posse de Temer, o deputado se limitou a dizer que o nome definido pelo partido ainda "está em discussão". Com informações da Folhapress.