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O Comitê de Política Monetária (Copom) trouxe no comunicado desta quarta-feira, 31, e um balanço com mais riscos de alta do que de baixa para a inflação, depois de tê-lo mantido rigorosamente simétrico ao longo das últimas reuniões, alertando para a necessidade de cautela "ainda maior" na calibração dos juros.
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"O comitê avalia que as conjunturas doméstica e internacional exigem ainda maior cautela na condução da política monetária. Em particular, os impactos inflacionários decorrentes dos movimentos das variáveis de mercado e das expectativas de inflação, caso esses se mostrem persistentes, corroboram a necessidade de maior vigilância", diz o texto.
Os três principais pontos de pressão das últimas semanas apareceram como os riscos de alta do balanço: desancoragem persistente das expectativas; maior resiliência da inflação de serviços devido a um hiato mais apertado; e uma combinação de política econômica doméstica e externa com impacto inflacionário - "por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada."
Em contrapartida, como riscos de baixa, o BC citou apenas "uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada" e "os impactos do aperto monetário sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado."
Desde a última reunião do Copom, em junho, o dólar se valorizou cerca de 5%, de R$ 5,30 para R$ 5,55, e as expectativas de inflação do mercado para 2025 avançaram 0,16 ponto porcentual, de 3,80% para 3,96%.
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