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A Dilma Rousseff poderá enviar nos próximos dias ao Congresso uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que estabelece novas eleições em 2 outubro.
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De acordo com a reportagem do jornal O Globo, os movimentos sociais estão reticentes com a ideia, mas ela é encarada como a "cartada final" pelos aliados da presidente.
A proposta foi analiada por Dilma e ministros palacianos, como Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo). Embora não haja unanimidade entre os ministros, um deles defende que a renúncia seria a negação de todo o discurso de que o processo de impeachment é um golpe, adotado pela presidente até aqui.
A publicação revela que existe a possibilidade de a presidente fazer, na próxima sexta, um pronunciamento, em cadeia de rádio e TV, lançando a proposta de eleição direta. Segundo informaçoes, Dilma renunciaria ao cargo e pediria a Temer que fizesse o mesmo. Sobre esta possiblidade, a reação do vice-presidente aceitar é nula.
"Seria fugir da responsabilidade. Essa, sim, é uma proposta golpista", afirmou Temer à publicação.
O senador Paulo Paim (PT-RS), que faz parte do grupo defensor da antecipação do pleito, lembrou duas pré-condições: que Dilma e Temer renunciem e que o Congresso seja pressionado pelas ruas.
"Diria que no PT cresce o apoio, porque eu e os senadores Jorge Viana (PT-AC) e Lindbergh Farias (PT-RJ) estamos apoiando. As pesquisas dizem que a população quer novas eleições. Se isso tudo for verdadeiro, que deixemos o povo eleger presidente e vice numa grande consertação", considerou Paim.
De acordo com o petista, hoje não há 3/5 dos votos para a aprovar uma PEC, ou seja, 308 votos na Câmara e 49 votos no Senado, em duas votações em cada Casa. "Percebemos que o impeachment está caminhando e decidimos no meio do caminho encontrar uma alternativa. Claro que hoje não tem voto. Sabemos. Só é viável se houvesse um grande entendimento entre Executivo e Congresso", avaliou Paim.