Dólar fica abaixo de R$ 5,40 e Bolsa bate 136 mil pontos com otimismo sobre juros dos EUA

Essa é a primeira vez que o Ibovespa ultrapassa os 136 mil pontos, marcando o maior patamar já registrado durante o período de negociações

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Economia Mercado Financeiro 19/08/24 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar tinha queda firme nesta segunda-feira (19), dando início a uma semana em que todas as atenções estarão voltadas a mais pistas sobre os juros dos Estados Unidos.

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Às 15h20, a moeda norte-americana recuava 1,39%, cotada a R$ 5,391, em linha com a fraqueza da divisa no exterior. A Bolsa, por outro lado, renovava a máxima histórica com alta de 1,55%, aos 136.024 pontos.

Essa é a primeira vez que o Ibovespa ultrapassa os 136 mil pontos, marcando o maior patamar já registrado durante o período de negociações. O recorde anterior era de 134.391 pontos, anotado no dia 28 de dezembro de 2023. Para bater o do fechamento, a Bolsa precisa encerrar o pregão acima de 134.193 pontos, do dia 27 de dezembro.

A semana começa com investidores de olho na economia dos Estados Unidos. A divulgação de dados mais fortes do que o esperado afastou a percepção de recessão e consolidou a expectativa de um corte de juros do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) na próxima reunião, marcada para setembro.

"A perspectiva é de recuperação dos ativos de maior risco devido a indicadores que serviram de suporte para espantar por hora os temores de recessão global", disse Marcio Riauba, gerente da Mesa de Operações da StoneX Banco de Câmbio.

"E ao mesmo tempo, o conjunto de dados mostra que o ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos pode ser iniciado sem que haja necessidade de um corte mais agressivo", acrescentou.

Antes, com os temores de uma recessão na maior economia do mundo, um corte de 0,50 ponto percentual na taxa de juros -atualmente na faixa de 5,25% e 5,50%- era a aposta majoritária, com especulações até de uma reunião extraordinária do Fed para adiantar o ciclo de afrouxamento.

Agora, uma redução inicial de 0,25 ponto se tornou a de maior probabilidade, com endosso de 75,5% dos investidores, segundo a ferramenta CME FedWatch.

O dólar costuma se depreciar à medida que o Fed reduz os juros. Em tese, ele se torna comparativamente menos atrativo em relação a outras moedas quando os rendimentos dos títulos ligados ao Tesouro, chamados de treasuries, caem.

Outro fator de pressão sobre a moeda norte-americana é a possibilidade de mais aperto monetário pelo banco central japonês, que já elevou sua taxa de juros para 0,25% no mês passado. A redução do diferencial de juros entre EUA e Japão torna o iene mais interessante para investimentos, provocando uma fuga do dólar.

Para ter perspectiva sobre o estado de algumas das maiores economias do planeta, os mercados estarão atentos nessa semana aos dados de PMI (índice de gerente de compras, em inglês) de EUA, França, Alemanha, Reino Unido e zona do euro.

O grande destaque da agenda, no entanto, será o encontro de autoridades de bancos centrais em Jackson Hole, no Estado de Wyoming, entre os dias 22 e 24 de agosto.

O foco será o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira. Roberto Campos Neto, chefe do BC (Banco Central), estará presente no sábado.Na cena doméstica, o foco estava no Boletim Focus. Analistas consultados pelo BC na pesquisa semanal elevaram a projeção para o nível da Selic, a taxa básica de juros do país, ao fim do próximo ano, enquanto mantiveram novamente a expectativa para 2024.

O levantamento, que capta as estimativas do mercado para indicadores econômicos, mostrou que os economistas agora veem a Selic fechando 2025 em 10,00% ao ano, ante 9,75% na semana anterior.

Pela nona semana consecutiva, por outro lado, eles mantiveram a expectativa para a taxa de juros ao fim deste ano no patamar atual de 10,50%, projetando, portanto, que o BC não fará movimentações nas reuniões de política monetária que restam em 2024.

Também estará no radar ao final da semana a divulgação de novos dados do IPCA-15, que fornecerão os primeiros indícios sobre a trajetória dos preços em agosto.

Já na cena corporativa, o Ibovespa era endossado pelo otimismo de Wall Street e pelo avanço firme de papéis da Vale e do Bradesco, responsáveis pelas principais contribuições positivas no índice.

A mineradora avançava 2,34%, com estímulo da alta do minério de ferro na China. Já as ações preferenciais e ordinárias do banco subiam 5,47% cada, após o Goldman Sachs recomendar compra dos ativos e elevar o preço-alvo.

Petz disparava 18% após concluir a fusão de operações com a Cobasi, e Magazine Luiza avançava 10,17%.

Petrobras operava mista: os preferenciais tinham estabilidade e os ordinários caíam 0,65%, em semana de pagamento de dividendos.

Na ponta negativa, BB Seguridade perdia 3,51%, seguida por PRIO (-2,34%) e Weg (-1,90%).

Na última sexta-feira (17), o dólar fechou em queda de 0,28%, aos R$ 5,467, e a Bolsa perdeu 0,15%, aos 133.953 pontos.

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