Jogos Paralímpicos de Paris terão maior equipe de refugiados da história

O Irã e o Afeganistão são os que têm o maior número de representantes

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Esporte Paris 2024 21/08/24 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os Jogos Paralímpicos de Paris, que acontecem entre 28 de agosto e 8 de setembro, terão uma equipe de refugiados composta por oito atletas e um corredor-guia de cinco países. É a maior equipe de refugiados na história das Paralimpíadas -foram dois na Rio-2016 e seis em Tóquio-2020.

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O Irã e o Afeganistão são os que têm o maior número de representantes, com três e dois atletas cada, respectivamente.

Os atletas competirão em seis modalidades -paratletismo, halterofilismo, tênis de mesa, taekwondo, triatlo e esgrima em cadeira de rodas.

A equipe paralímpica de refugiados competirá sob a bandeira do Comitê Paralímpico Internacional e será a primeira a marchar na cerimônia de abertura, que acontecerá ao longo da Champs-Elysees e na Place de la Concorde.

O paratletismo e o taekwondo têm dois representantes cada.

Na arte marcial de origem sul-coreana, ambos os paratletas são nascidos no Afeganistão -Zakia Khudadadi, que foi campeã europeia na categoria até 47 kg em 2023, e Hadi Hassanzada.

"Crescendo no Afeganistão, enfrentei um mundo onde a deficiência nem sempre era compreendida", disse Zakia, que fez sua estreia nas Paralimpíadas em Tóquio-2020. "O esporte tem sido como uma luz e um milagre na minha vida."

No paratletismo, compete pela equipe de refugiados o velocista Guillaume Junior Atangana, de Camarões. Ele ficou em quarto nos 400m na categoria T11 (deficientes visuais) em Tóquio-2020 e correrá na capital francesa ao lado do corredor-guia camarônes também refugiado Donard Ndim Nyamjua.

Também compete no paratletismo pela equipe de refugiados o iraniano Salman Abbariki, no arremesso de peso. Ele foi ouro na modalidade nos Jogos Paralímpicos Asiáticos de 2010.

O sírio Ibrahim Al Hussein competiu na natação paralímpica na Rio-2016 e em Tóquio-2020 e, na França, participará do triatlo. Nos Jogos do Rio, ele foi o porta-bandeira da equipe paralímpica de refugiados na cerimônia de abertura."Nada é impossível. Com persistência e perseverança, você pode superar até as dificuldades mais difíceis", afirmou Al Hussein.

Também estará nas Paralimpíadas de Paris o iraniano Hadi Darvish, no halterofilismo. Ele foi bronze na Copa do Mundo de Tbilisi, em junho, na categoria até 80 kg.

Também do Irã, Sayed Amir Hossein Pour competirá no tênis de mesa. Ele ganhou duas medalhas de ouro nos Jogos Paralímpicos da Juventude em 2021, no Bahrein.

Já Amelio Castro Grueso, da Colômbia, participará do torneio de esgrima em cadeira de rodas. Ele conquistou o bronze no Campeonato Americano de Esgrima em Cadeira de Rodas no Brasil, em maio.

"O conselho que eu daria a todos é nunca parar de sonhar e que não importa quão difícil seja sua vida ou o momento que você esteja enfrentando, não desista, continue lutando", disse Grueso.

O Comitê Paralímpico escolhe os membros da equipe a partir de consultas junto às respectivas federações internacionais e com base em uma série de critérios, incluindo o desempenho atlético.

O status de refugiado dos atletas, determinado pelo país anfitrião, também precisa passar pela verificação da Acnur (Agência da ONU para Refugiados).

"Infelizmente, existem mais de 120 milhões de pessoas deslocadas à força em todo o mundo. Muitas vivem em condições terríveis. Esses atletas perseveraram e demonstraram uma determinação incrível para chegar a Paris-2024 e dar esperança a todos os refugiados do mundo", declarou Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional.

"Não importa quão difíceis sejam suas circunstâncias, esses atletas encontraram uma maneira de competir no mais alto nível do esporte paralímpico. Com esses oito atletas e um guia, temos a equipe paralímpica de refugiados mais forte e mais bem preparada da história", afirmou Nyasha Mharakurwa, chefe da equipe paralímpica em Paris-2024. Ele representou o Zimbábue no tênis em cadeira de rodas nos Jogos Paralímpicos de Londres-2012.

Nos Jogos Olímpicos de Paris, a equipe de refugiados também foi a maior em uma edição do evento esportivo, com 36 atletas de 11 países. A boxeadora de origem camaronesa Cindy Ngamba foi a primeira atleta do time de refugiados a conquistar uma medalha, com o bronze em Paris-2024.

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