Opositora de Maduro diz que pressão e protestos ainda podem derrubar ditador

María Corina Machado disse que os protestos e pressão internacional ainda são capazes de derrubar o ditador Nicolás Maduro

© Reuters

Mundo Venezuela 28/08/24 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, disse em entrevista à agência de notícias Reuters que protestos de rua e pressão internacional ainda são capazes de derrubar o ditador Nicolás Maduro um mês depois das contestadas eleições presidenciais do país.

PUB

 

"É a coordenação entre forças internas e externas que vai alcançar a mudança", disse María Corina. "O que o Maduro ainda tem? Um grupo reduzido de militares de alta patente, os juízes [da corte suprema], e armas. Ele está se apoiando no medo."

A líder opositora, que foi impedida de concorrer à Presidência e indicou em seu lugar o ex-diplomata Edmundo González, disse que seu campo político tem uma "estratégia robusta" para chegar ao poder, mas não deu detalhes.

"Estamos avançando simultaneamente em várias frentes: opinião pública nacional, manter nossa gente focada no objetivo...Não podemos subestimar as pessoas. Elas estão informadas, alinhadas, protegendo umas às outras e denunciando os abusos do regime", disse María Corina.

Ela disse descartar a possibilidade de que Maduro conseguirá permanecer no poder apoiado apenas pelas Forças Armadas, e convocou novos protestos para a quarta-feira (28), quando se completa um mês desde as eleições presidenciais. O chavismo também anunciou manifestações de rua no mesmo dia.

A oposição sustenta que venceu as eleições do dia 28 de julho, apesar da declaração oficial do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) da Venezuela confirmando a reeleição de Maduro, sem apresentar as atas eleitorais, documentos detalhando os votos por urna, que comprovariam esse resultado.

O regime ainda não veio a público com as atas, mas diz que as entregou ao TSJ (Tribunal Supremo de Justiça) quando pediu à corte suprema que referendasse a vitória de Maduro -o que aconteceu na última quinta-feira (22). Tanto o CNE quanto o TSJ são considerados órgão controlados pelo regime.

A coalizão opositora, por sua vez, diz ter publicado as atas eleitorais às quais teve acesso e afirma que elas comprovam a vitória de González sobre Maduro. Análises independentes vêm corroborando essa versão, e órgãos internacionais dizem que os documentos publicados têm alta probabilidade de serem verdadeiros.

Nesta terça (27), González ignorou pela segunda vez a intimação contra ele feita pelo Ministério Público da Venezuela para depor no âmbito de uma investigação criminal contra ele por divulgar as atas eleitorais em um site. O ex-diplomata, que não aparece em público desde o dia 30 de julho, é acusado de crimes como usurpação de função pública e fraude de documentos públicos. María Corina é outra investigada.

González também faltou na primeira intimação, marcada para esta segunda (26). A convocação do procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, não especifica em que qualidade o ex-diplomata foi chamado a depor: se como acusado, testemunha ou especialista, como determina a legislação venezuelana. A intimação menciona "uma entrevista relacionada aos fatos que este gabinete está investigando".

O ex-diplomata diz que a convocação se trata de "uma intimação sem garantias de independência ou devido processo legal", e chamou Saab de "acusador político".

Maduro, por sua vez, disse que González é um covarde. Saab responsabiliza ainda o ex-candidato e María Corina por atos de violência em protestos desde as eleições que deixaram 27 mortos, quase 200 feridos e mais de 2.400 detidos pelas forças de repressão do regime.

A coalizão opositora de María Corina e González disseram na terça que sofrem "perseguição judicial". "A reiterada convocação do Ministério Público busca justificar um mandato de prisão contra nosso candidato vencedor, para acentuar sua perseguição", disse o grupo de partidos. A lei venezuelana prevê a possibilidade de prisão para quem faltar três vezes a uma intimação.

Ainda nesta terça, María Corina denunciou o desaparecimento de Perkins Rocha, advogado da oposição e representante deste campo político junto ao CNE. "Querem nos dobrar, nos confundir e nos aterrorizar. Seguiremos adiante", disse a política.

A líder da oposição venezuelana está entre os três finalistas do prêmio Vaclav Havel do Conselho da Europa, que reconhece ações em defesa dos direitos humanos, segundo anunciou a organização nesta terça-feira.

Leia Também: Lula abriu as portas para Maduro, mas foi enganado por ele, diz Iván Duque

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

tech Espaço Há 18 Horas

NASA emite alerta para a aproximação de asteroide 2024 ON próximo à Terra

mundo Itália Há 21 Horas

Comissária de bordo morre minutos após avião decolar

mundo Yamaha Há 22 Horas

Presidente da Yamaha Motor foi esfaqueado pela filha nesta madrugada

esporte Paraguai Há 20 Horas

Jogador de 15 anos morre após levar pancadas durante um jogo

mundo Titan Há 20 Horas

Nova imagem do Titan revela detalhes da tragédia do submarino

politica PABLO-MARÇAL Há 19 Horas

Áudio pós-agressão mostra gritos de Datena, indecisão de Marçal e bronca de apresentador

economia PIS-PASEP Há 19 Horas

723 mil pessoas não sacaram o abono PIS-Pasep 2024; veja quem tem direito

fama Richard Gere Há 18 Horas

Richard Gere transforma mansão num 'bunker' ao erguer muros de 4 metros

fama PAOLLA-OLIVEIRA Há 15 Horas

Paolla Oliveira e Yasmin Brunet negam climão no Rock in Rio

fama Miley Cyrus Há 17 Horas

Miley Cyrus é processada por suposto plágio de música de Bruno Mars