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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Autoridades da Rússia afirmaram, neste domingo (1º), que o país derrubou 158 drones em 15 regiões, incluindo a de Moscou, no que seria um dos maiores ataques de Kiev contra o país vizinho desde o início da guerra entre as duas nações, em fevereiro de 2022.
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De acordo com o Ministério da Defesa russo, 122 dos equipamentos foram derrubados nas regiões (equivalentes a estados) de Kursk, Briansk, Voronej e Belgorodo, todas perto da Ucrânia. Moscou disse ainda que destroços causaram incêndios na Refinaria de Petróleo de Moscou, a mais de 500 quilômetros da fronteira que separa os dois países, e na Usina de Energia de Konakovo, perto da capital.
"É completamente justificado que os ucranianos respondam ao terrorismo russo com todos os meios necessários para acabar com ele", disse pelo Facebook o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, neste domingo. Kiev costuma afirmar que os ataques contra a Rússia focam alvos militares ou locais que ajudam o Exército do país.
Em seguida, bombardeios em Kharkiv, no norte da Ucrânia, feriram pelo menos 47 pessoas, incluindo cinco crianças, segundo autoridades locais. Equipes de resgate e voluntários levaram civis feridos para ambulâncias depois que mísseis atingiram um shopping e um salão de eventos. Também neste domingo, o Exército russo reivindicou a tomada de duas localidades na região de Donetsk, no leste da Ucrânia.
"A Rússia está aterrorizando Kharkiv novamente, atingindo infraestrutura civil e a própria cidade", escreveu Zelenski no Facebook, em uma mensagem na qual reiterou seu pedido para que as potências ocidentais forneçam mais ajuda. "Mostrem coragem e deem à Ucrânia o que ela precisa para se defender."
Não é a primeira vez que Moscou é alvo de bombardeios ucranianos, mas ataques na região são incomuns. Em um dos mais sérios, em maio do ano passado, dois aparelhos foram derrubados perto do Kremlin.
Os atuais combates ocorrem em um momento crítico no conflito que já dura dois anos e meio -na semana passada, a Rússia bombardeou a Ucrânia com seus ataques aéreos mais pesados desde o início do conflito, atingindo instalações de energia com mais de 200 drones e mísseis.
Moscou vem pressionando por meio de uma ofensiva no leste da Ucrânia enquanto tenta expulsar as forças de Kiev que romperam sua fronteira ocidental em uma incursão surpresa em 6 de agosto. No ataque, lançado há quase um mês contra a região russa de Kursk, a Ucrânia tomou controle de parte do território vizinho, de acordo com seu Exército.
O presidente ucraniano tem pressionado os Estados Unidos e outros aliados para obter permissão para usar armas mais poderosas fornecidas pelo Ocidente contra a Rússia. Aliados, no entanto, temem qual seria a resposta do presidente russo, Vladimir Putin.
Segundo publicação deste domingo da agência de notícias estatal da Rússia, a Tass, o vice-ministro das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, disse que Moscou mudaria sua doutrina nuclear em resposta às ações do Ocidente em relação ao conflito na Ucrânia. Ele não especificou quais seriam as mudanças.
A atual diretriz foi estabelecida em um decreto de Putin em 2020 e diz que Moscou pode usar armas atômicas em caso de ataque nuclear de um inimigo ou ataque convencional que ameace a existência do Estado. "O trabalho está em estágio avançado, e há uma clara intenção de fazer correções", disse Riabkov.