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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Americanas anuncia venda da fintech Ame, enquanto PF conclui a lista dos 41 responsáveis pela fraude bilionária, governo prevê R$ 2 bilhões para concursos públicos e outros destaques do mercado nesta terça-feira (3).
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AMERICANAS SEM AME
A Americanas seguirá com o plano de vender a Ame, sua fintech criada para oferecer descontos e cashback aos clientes.
Algumas funções, como a carteira digital, serão integradas ao próprio site da loja, que terá um novo programa de fidelidade.
O aplicativo Ame será desativado, e os clientes devem transferir o saldo restante. Compras em lojas físicas poderão ser feitas até 2 de novembro.
NOVO CAPÍTULO
Com uma dívida de R$ 25 bilhões, a empresa está reestruturando sua estratégia desde a revelação da fraude financeira no início de 2023. No ano passado, o prejuízo foi de R$ 2,3 bilhões com as quedas nas vendas.
Após absorver as funções da Ame, a Americanas pretende desmembrar a fintech e vender os ativos para melhorar suas finanças, focando no varejo físico.
Entre eles está o próprio CNPJ da empresa digital, incluindo a licença concedida pelo Banco Central para funcionar como instituição de pagamento, com 32,3 milhões de clientes cadastrados.
BANCO?
Uma instituição de pagamento oferece serviços de transação, mas não possui autorização do Banco Central para empréstimos e financiamentos.
Bancos digitais como PagBank, Mercado Pago e PicPay começaram com essa modalidade.
A Ame era estratégica para a Americanas porque mantinha os clientes em um ciclo de compras, impulsionado pelo volume cashback oferecidos.
EM ALTA
O mercado financeiro reagiu positivamente ao anúncio, com as ações da Americanas subindo 21% no pregão de ontem, para R$ 6,98.
Semanas atrás, as ações chegaram a valer centavos, mas foram agrupadas em blocos de 100 para cumprir as regras da Bolsa brasileira sobre o preço mínimo.
E TEM MAIS
A Polícia Federal indicou, nesta segunda-feira (2), quem são todos os 41 suspeitos de envolvimento na fraude que levou à crise.
Entre os principais implicados estão o ex-presidente Miguel Gutierrez e a ex-diretora Anna Saicali, já revelados anteriormente pela polícia.
Morador da Espanha, Gutierrez chegou a ser incluído na lista da Interpol e foi preso por um breve período no início deste ano na Europa. Ele foi liberado e entregou o passaporte às autoridades. No mês passado, recebeu habeas corpus da Justiça brasileira.
RELEMBRE
A antiga diretoria mascarava dívidas com fornecedores para inflar o valor de mercado da empresa. Miguel Gutierrez e Saicali lucravam com isso pois eram acionistas da companhia. Há indícios de que as fraudes existiam desde 2007.
O processo de recuperação exigiu um aporte dos acionistas de referência: os bilionários Carlos Alberto Sicupira, Marcel Telles e Jorge Paulo Lemann, que não estão sob investigação.
Ao divulgar a intenção de venda da Ame, a Americanas também reforçou que ainda considera vender as marcas Shoptime e Submarino, cujos sites já foram encerrados.