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O CEO do Telegram, Pavel Durov, se manifestou pela primeira vez após a detenção pelas autoridades francesas no dia 24 de agosto e compartilhou uma mensagem em seu canal na plataforma.
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"No mês passado, fui interrogado pela polícia durante quatro dias depois de chegar a Paris. Disseram-me que eu era pessoalmente responsável pelo uso ilegal do Telegram por outras pessoas, porque as autoridades francesas não receberam respostas do Telegram", escreveu Durov.
O líder da plataforma digital observou que as autoridades francesas poderiam ter entrado em contato caso precisassem de assistência, destacando que o Telegram possui um representante legal na União Europeia. Além disso, Durov afirmou que ajudou as autoridades francesas a lidar com ameaças terroristas na França por meio de uma “linha de apoio” direta à empresa.
“Se um país está insatisfeito com um serviço na Internet, a prática comum é processar o próprio serviço”, escreveu Durov. "Usar leis de uma era anterior aos smartphones para acusar um CEO por crimes cometidos por terceiros na plataforma que ele gerencia é uma abordagem equivocada. Desenvolver tecnologia já é suficientemente difícil.”
Embora afirme que o Telegram não é "um paraíso anárquico", Durov admite que o crescimento do número de usuários da plataforma "trouxe desafios que facilitaram o abuso por criminosos".
"Por isso, tomei como objetivo pessoal garantir que melhoremos significativamente nessa área. Já iniciamos esse processo internamente e em breve compartilharei mais detalhes sobre nosso progresso", disse ele.
A justiça francesa indiciou Durov em 28 de agosto por crimes relacionados à plataforma de mensagens criptografadas, e o libertou sob estreita vigilância judicial.
O controle judicial envolveu um depósito de 5 milhões de euros, o que equivale a aproximadamente 30 milhões de reais, a obrigação de comparecer duas vezes por semana à polícia e a proibição de deixar o território francês, de acordo com a procuradora de Paris, Laure Beccuau.
O processo inclui 12 acusações relacionadas à divulgação através do Telegram - que conta com quase um bilhão de usuários - de conteúdos relacionados ao tráfico de drogas, pornografia infantil e fraudes.
As acusações incluem cumplicidade na administração de uma plataforma online para permitir transações ilícitas por gangues organizados, recusa em cooperar com as autoridades por meio da entrega de documentos ou informações necessárias para evitar atos ilegais e cumplicidade em fraudes e tráfico de drogas.
O bilionário russo, de 39 anos, foi detido no dia 24 de agosto após desembarcar de um voo privado no aeroporto de Le Bourget, perto de Paris. Durov, que também possui nacionalidade francesa e dos Emirados Árabes Unidos, reside em Dubai, onde o Telegram tem sua sede.
Durov também está sendo investigado na França por "violência agravada" contra um de seus filhos, segundo revelou à agência France-Presse (AFP) uma fonte ligada ao processo. O crime teria ocorrido contra um filho nascido em 2017, enquanto estava na escola em Paris.
Após alguns dias de detenção, Durov foi liberado após pagar uma fiança de aproximadamente 30 milhões de reais.
I'm still trying to understand what happened in France. But we hear the concerns. I made it my personal goal to prevent abusers of Telegram's platform from interfering with the future of our 950+ million users.My full post below. https://t.co/cDvRSodjst
— Pavel Durov (@durov) September 5, 2024
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