Kamala Harris: O passado sombrio da candidata presidencial dos EUA

Candidata democrata tem laços profundos com nosso país

Kamala Harris: O passado sombrio da candidata presidencial dos EUA (e o papel do Brasil nisso)

No dia 21 de julho de 2024, o presidente Joe Biden anunciou a sua desistência da corrida presidencial e declarou o seu apoio à vice-presidente Kamala Harris para se tornar a candidata democrata nas eleições deste ano. Esta decisão ocorreu após pressão substancial interna do Partido Democrata para que Biden se afastasse, devido a preocupações crescentes sobre a sua aptidão mental e saúde física. Biden está atualmente se recuperando de Covid-19 e revelou a novidade compartilhando post no Twitter. Após o anúncio, Kamala Harris aceitou o apoio de Biden e agora busca a confirmação para ser a representante democrata na disputa. Parece quase garantido que ela será eleita a escolha na Convenção Nacional Democrata em agosto.

De fato, Kamala Harris fez história nos EUA como a primeira mulher vice-presidente, bem como a primeira mulher negra e sul-asiática-americana a ser eleita para um dos dois cargos mais altos do país. As jovens negras e do sul da Ásia têm razão em olhar para Harris e sentirem-se empoderadas com o futuro, que agora parece mais plausível a possibilidade de ter uma mulher negra como presidente. E sabia que ela tem uma inesperada conexão com o Brasil?

Da carreira profissional e política de sucesso às questões controversas que se envolveu, conheça a jornada de Kamala Harris a candidatura à presidência dos Estados Unidos. Clique na galeria a seguir!

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Filha de imigrantes

Kamala Harris nasceu em Oakland, Califórnia, filha de um economista e professor jamaicano e uma bióloga indiana que se mudou para os Estados Unidos e se tornou uma das pesquisadoras de câncer mais respeitadas do país. Seus pais se divorciaram quando ela tinha cinco anos e ela e sua irmã foram criadas especialmente pela mãe.

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Educação birracial

Sua mãe estava determinada a criá-la como uma mulher negra forte e sua herança birracial significa que ela incorpora e pode se envolver com as muitas identidades norte-americanas. As pessoas veem nela a história de uma filha de imigrantes aspirando o sonho americano. Kamala, no entanto, sempre se considerou simplesmente "americana".

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Conexão com o Brasil

O pai de Kamala Harris, o jamaicano Donald Harris, era professor marxista de economia e frequentava com assiduidade a Universidade de Brasília (UnB) para seminários e colóquios nos anos 1990. Donald Harris está atualmente com 85 anos e não dá mais aulas. Sua carreira acadêmica está ligada à Universidade de Stanford, nos EUA, onde começou em 1972, tornando-se o primeiro negro a ocupar o cargo de professor titular do departamento de economia.

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'Momala'

Em 2014, Harris se casou com o advogado Doug Emhoff e se tornou a madrasta de seus dois filhos, que decidiram chamá-la de "Momala", um termo carinhoso que mistura "mom" ("mãe") e o nome dela. Isso só ajudou a moldá-la como representante da "mesclada e moderna família norte-americana.

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Ela sempre foi espirituosa

Sua experiência na equipe de debate da Howard University a ajudou a ser respeitada por sua inteligência. Um ótimo exemplo foi quando Donald Trump Junior tuitou: "Por que @KamalaHarris é a única pessoa que ri das suas piadas... sempre muito longas e difíceis?" Ela respondeu: "Você não reconheceria uma piada mesmo que tivesse sido educado por uma".

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Início de carreira

Kamala começou sua carreira no Gabinete do Procurador Distrital de Alameda County e mais tarde se tornou promotora distrital (a principal promotora) de São Francisco em 2003, cargo que ocupou até 2011. Sua carreira como promotora pavimentou seu caminho para a política.

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Seu programa de maior sucesso

Como promotora pública, em 2005, Kamala lançou a iniciativa 'Back on Track' para reduzir a reincidência entre réus do tráfico de drogas pela primeira vez. O programa, conforme relatado pela Marie Claire, dura de 12 a 18 meses e oferece aos participantes um Plano de Responsabilidade Pessoal (PRP).

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Uma alternativa para presidiários

O PRP consiste em estabelecer metas em relação ao emprego, aos pais e à educação em vez de apenas cumprir pena de prisão. Ajuda ex-presidiários a se reintegrarem à sociedade.

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Kamala começa a fazer história

Em 2010, ela se tornou a primeira mulher e a primeira pessoa negra eleita para cumprir o cargo de procuradora-geral da Califórnia, ou seja, ela foi a principal advogada e autoridade policial no estado mais populoso dos Estados Unidos. Quatro anos depois, ela foi reeleita.

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Quebrando mais tabus

Em 2016, Kamala Harris foi eleita para o Senado, tornando-se a primeira senadora negra da Califórnia e a primeira senadora sul-asiática-americana do país.

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Qual o estilo dela?

Algumas publicações consideraram Kamala como a mais liberal de todos os senadores, outros a chamaram de moderada, e houve quem a classificasse de radical. 

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Posição sobre a pena de morte

Como promotora pública de São Francisco, em 2004, Kamala tomou a difícil decisão de não buscar a pena de morte para um homem que atirou em um policial. Progressista? Mas, em 2014, como procuradora-geral do estado, ela defendeu de forma polêmica o sistema de pena de morte da Califórnia no tribunal, noticiou a Elle. Agora ela afirma que sempre foi contra a pena de morte.

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Sobre a brutalidade policial...

Em 2015, como procuradora-geral do estado, Kamala foi orgulhosamente parte do motivo pelo qual a Califórnia se tornou a primeira agência estadual a adotar o uso de câmeras corporais nos policiais. O estado também lançou o primeiro programa de preconceito implícito no país.

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Mas no mesmo ano ...

Também em 2015, Kamala supostamente não apoiou investigação independente de incidentes letais com as forças de segurança na Califórnia. Também foi revelado que nem todos os policiais eram obrigados a usarem câmeras corporais - apenas os que trabalhavam sob o comando de Harris.

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Sobre episódio recente de brutalidade policial

Especialmente em 2020, Harris falou sobre a reforma da polícia, pediu a prisão dos policiais que mataram Breonna Taylor e falou de forma frequente sobre a necessidade de romper com o racismo sistêmico. Mas, ainda assim, sua postura oscila perigosamente entre reformar e tirar o financiamento da polícia.

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Escândalo no sistema de justiça

Em 2014, juízes federais ordenaram que todos os autores de crimes não violentos, que tivessem cometido no máximo dois delitos, fossem elegíveis à liberdade condicional depois de cumprirem metade da pena, uma vez que as prisões da Califórnia estavam perigosamente superlotadas, relatou o LA Times. O estado, entretanto, argumentou contra essa ordem.

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Escândalo no sistema de justiça

A maioria desses presidiários trabalhava como zeladores, jardineiros, cozinheiros e ajudava nos incêndios florestais do estado por menos de 2 dólares por dia. Os advogados de Harris argumentaram contra a soltura desses detentos para manter a força de trabalho barata. Harris disse mais tarde ao BuzzFeed que ela ficou 'chocada' ao ler sobre a defesa deles no noticiário.

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Sua política de anti-evasão escolar saiu pela culatra

Em 2011, Harris aprovou uma lei que tornava uma contravenção criminal para os pais que permitissem que seus filhos (até a oitava série) faltassem mais de 10% dos dias letivos sem uma justificativa, em um esforço para combater a evasão escolar. O tiro saiu pela culatra, pois a medida parecia culpar os pais por circunstâncias fora do seu controle, e Harris depois reconheceu o erro e se desculpou.

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Uma representante dos imigrantes

Harris tem um longo histórico de trabalho em prol da imigração, que incluía desde iniciar um programa de formação profissional em São Francisco para ex-presidiários que permitisse a participação de imigrantes sem documentos até a criação de legislação estadual para proteger imigrantes da deportação.

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Pronunciando mal o nome dela...

Muitos imigrantes e seus descendentes vivenciam essa microagressão, e Kamala Harris lidou com isso de forma brutal e pública com políticos brancos zombando do seu nome durante a campanha presidencial. Embora seja terrível, a experiência da política deu início a uma longa conversa sobre o tema.

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Sobre a legalização da maconha

Em 2010, Kamala Harris se opôs ao uso recreativo da maconha, embora apoiasse o uso da erva para fins medicinais. Em 2018, no entanto, ela mudou de tom e começou a apoiar a legalização da maconha em nível nacional, assinando a Lei de Justiça da Maconha do senador Corey Booker.

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Uma postura controversa com a maconha

Apesar de sua visão cada vez mais progressista acerca da maconha, os críticos são rápidos em apontarem que seu escritório em São Francisco supervisionou mais de 1.900 condenações por posse de maconha.

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Sobre os direitos LGBTQ+

Em 2004, como promotora pública de São Francisco, Kamala Harris passou o Dia dos Namorados oficializando casamentos entre pessoas do mesmo gênero. No grupo de candidatos democratas para a eleição de 2020, ela foi a primeira a apoiar a igualdade no casamento.

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Sobre os direitos LGBTQ+

Kamala também ajudou a criar uma unidade de crimes de ódio LGBTQ, enquanto era promotora distrital de São Francisco. Mais tarde, como procuradora-geral da Califórnia, ela lutou contra a "defesa do pânico", uma estratégia legal na qual o criminoso pode alegar que a violência ou assassinato anti-LGBTQ é justificado devido aos supostos avanços íntimos da vítima.

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Sobre os direitos LGBTQ+

Em 2011, Harris apoiou novamente a igualdade no casamento ao apresentar uma petição ao Tribunal de Apelações do 9º Circuito dos Estados Unidos para revogar a Proposição 8, a medida de 2008 que proibia a união entre pessoas do mesmo gênero.

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Erros em questões trans

Em 2015, Harris lutou para bloquear os cuidados médicos de afirmação de gênero para uma mulher trans na prisão e isso foi uma decepção para a comunidade LGBTQ. Em 2019, ela explicou que os documentos legais em seu escritório costumavam ser redigidos sem sua consulta e que seu trabalho a obrigava a defender o estado. Ela, entretanto, assumiu total responsabilidade.

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Polêmica sobre a profissão mais antiga do mundo

Harris apoiou o FOSTA/SESTA, um pacote de projetos de 2018 que visava combater o tráfico s-xual derrubando sites usados por profissionais do s-xo, como Backpage e Craigslist. Mas muitos desses trabalhadores, especialmente trans, acharam devastador eliminar as ferramentas críticas de triagem que usavam para se manter seguras.

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Uma mudança recente no trabalho s-xual

Hoje em dia, ela diz que apoia a descriminalização do trabalho s-xual, mas mantém sua decisão de fechar o site Backpage, já que estava lucrando com anúncios de tráfico de crianças, afirmou.

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Uma mudança recente no trabalho s-xual

Kamala Harris disse ao The Root que é contra a exploração s-xual, "mas quando se trata do consentimento de adultos, devemos considerar que não podemos criminalizar o comportamento consensual".

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Ela tem sido firme em vários outros tópicos

Ela tem se mantido firme em suas crenças sobre o apoio à classe trabalhadora durante a pandemia, um controle mais rígido de armas, ao Medicare for All, aos direitos reprodutivos das mulheres, ao Green New Deal, à igualdade de salários e muito mais.

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Ela não está fugindo de seu passado

"O importante é que assumo total responsabilidade pelo que a minha gestão fez", disse Harris em 2019. "Há casos… em que houve pessoas que tomaram uma decisão no meu escritório e não me consultaram e gostaria que elas o tivessem feito".

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Se há algo que sabemos...

Kamala Harris não é perfeita, mas ela representa o potencial de mudança.

Fontes: (BBC) (Marie Claire) (ELLE) (19th News) (Vox) (g1)

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Mundo Eua 07/09/24 POR Notícias Ao Minuto Brasil


No dia 21 de julho de 2024, o presidente Joe Biden anunciou a sua desistência da corrida presidencial e declarou o seu apoio à vice-presidente Kamala Harris para se tornar a candidata democrata nas eleições deste ano. Esta decisão ocorreu após pressão substancial interna do Partido Democrata para que Biden se afastasse, devido a preocupações crescentes sobre a sua aptidão mental e saúde física. Biden está atualmente se recuperando de Covid-19 e revelou a novidade compartilhando post no Twitter. Após o anúncio, Kamala Harris aceitou o apoio de Biden e agora busca a confirmação para ser a representante democrata na disputa. Parece quase garantido que ela será eleita a escolha na Convenção Nacional Democrata em agosto.

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De fato, Kamala Harris fez história nos EUA como a primeira mulher vice-presidente, bem como a primeira mulher negra e sul-asiática-americana a ser eleita para um dos dois cargos mais altos do país. As jovens negras e do sul da Ásia têm razão em olhar para Harris e sentirem-se empoderadas com o futuro, que agora parece mais plausível a possibilidade de ter uma mulher negra como presidente. E sabia que ela tem uma inesperada conexão com o Brasil?

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