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LUIS EDUARDO DE SOUSACAMPINAS, SP (FOLHAPRESS) - O cerco imposto pela ditadura da Venezuela à embaixada da Argentina em Caracas já dura mais de 30 horas e eleva a tensão entre os seis opositores asilados no local -entre os quais está o chefe de campanha de María Corina Machado, maior liderança da oposição ao regime de Maduro no país.
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Pedro Urruchurtu Noselli, que está asilado desde 20 de março, publica desde sexta-feira (6), em seu perfil no Instagram, imagens de homens armados e encapuzados que, diz, "limitam o acesso à embaixada".
No fim da noite de sábado, Noselli escreveu que "completam 24 horas o assédio contínuo à residência", que segundo ele também está sem energia elétrica pelo mesmo período.
No sábado (7), o regime retirou de forma unilateral a custódia brasileira sobre a embaixada, estabelecida em agosto. Em resposta, o Itamaraty declarou que o edifício ainda está sob proteção diplomática brasileira, uma vez que regras do direito internacional estabelecem que cabe à Argentina, governada por Javier Milei, indicar um país substituto para representá-la em território venezuelano"De acordo com o que estabelecem as Convenções de Viena sobre Relações
Diplomáticas e sobre Relações Consulares, o Brasil permanecerá com a custódia e a defesa dos interesses argentinos até que o governo argentino indique outro Estado aceitável para o governo venezuelano para exercer as referidas funções", disse a pasta em nota.
Segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo, fontes do regime afirmam que não entrarão na embaixada nem violarão as normas do direito internacional.
Há, contudo, uma situação de estresse relacionada ao rompimento da custódia, que preocupa os asilados.
Diante de tal contexto, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Panamá e Costa Rica demonstraram repúdio ao ato praticado pelo regime. Os países pedem respeito às normas diplomáticas internacionais.
"A República Argentina expressa seu reconhecimento à irmã República Federativa do Brasil pela representação dos interesses argentinos na Venezuela", publicou o Ministério das Relações Exteriores argentino.
Já o governo chileno destacou que a decisão do governo venezuelano representa um "sério desrespeito ao estipulado na Convenção de Viena sobre relações diplomáticas, de 1961."
Na mesma linha, o Ministério das Relações Exteriores do Uruguai afirmou que a decisão é um desrespeito aos próprios cidadãos venezuelanos asilados, "que neste momento estão sendo assediados e proibidos de sair do país".
Também neste sábado, Edmundo González, rival de Maduro nas eleições de 28 de julho, deixou o país com destino à Espanha, onde obteve asilo político.