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FLAVIO LATIFSÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Savério Orlandi, candidato de oposição na eleição presidencial do Palmeiras, afirmou ao UOL na sexta-feira (13) que não vê problema em ter uma casa de aposta como patrocinadora máster do Alviverde, mas ponderou que o tema precisa ser analisado com cautela -o clube vive um processo de concorrência para conhecer o novo máster a partir de janeiro de 2025 e ignorou uma proposta milionária de uma 'bet'.
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O QUE ELE DISSE"Depois de muitas questões, houve a regulamentação, que é recente, quando o mercado do segmento já operava, inclusive com vários patrocínios esportivos. Aí, a legislação priorizou [...] a questão da arrecadação. Quando resolveu o problema do fisco e do clube, parece que tudo ficou resolvido. E não se deu tratamento a outras questões importantes - ou se deu um tratamento incompleto, defeituoso. Por exemplo, nas questões de lavagem de dinheiro e manipulação. E o problema maior que estamos experimentando neste sábado (14) é a patologia, a compulsão social. Em 12 meses, o brasileiro perdeu R$ 23 bilhões em apostas. Então, não sabemos como o segmento vai se consolidar. O momento é de patrocinar todo mundo. Pode acontecer neste domingo (15) de ter menor aderência. Pode acontecer neste domingo (15) de acabar, como foi com o cigarro. É algo a se pensar mesmo, porque uma relação dessa pode não ser duradoura por questões externas", disse Orlandi.
"Não sei se ela [Leila Pereira] tem um pé atrás, foi o que eu ouvi dizer. Não vejo problema em contratar ou admitir um relacionamento com alguém desse segmento, mas preciso olhar tudo no entorno. Não é só dinheiro. Eu, pessoalmente, dentro do que eu estudo, o assunto das apostas vejo como um problema grave que não tem o tratamento adequado", acrescentou.
PROPOSTA IGNORADA DA BETNACIONAL REVOLTOU A OPOSIÇÃODe acordo com informações de Danilo Lavieri, colunista do UOL, a Betnacional saiu da concorrência para ser patrocinadora máster do Palmeiras por falta de resposta do departamento de marketing do clube.
A proposta era de R$ 100 milhões por ano pelo máster, sem exclusividade da camisa. O valor poderia chegar a R$ 160 milhões dependendo da premiação por desempenho. Hoje, o Alviverde recebe R$ 81 milhões para todo o uniforme ser estampado por Crefisa e FAM, com o valor total dependendo de metas podendo chegar a R$ 120 milhões.
As conversas com a empresa de apostas começaram em junho e a empresa formalizou uma proposta no dia 27 daquele mês. Em 16 de julho, uma outra oferta foi enviada, com o prazo de resposta de sete dias. Sem resposta, a empresa estendeu o prazo até 12 de agosto, mas seguiu sem um sinal.O que incomodou quem participou da negociação foi a ausência de respostas e não os prazos colocados pelo departamento da equipe paulista. A impressão era que o clube usaria a proposta para buscar interessados que pudessem pagar mais.
QUEM É SAVÉRIO ORLANDI?Savério Orlandi tem 53 anos, começou no clube como sócio dependente em 1983 e se tornou titular em 1996.
Ele faz parte do Conselho Deliberativo há 23 anos, compôs o Conselho de Orientação e Fiscalização entre 2013 e 2021 e é integrante de todas as comissões estatutárias desde 2001.
Orlandi foi diretor de futebol nas gestões de Afonso Della Monica (2007/2008) e Luiz Gonzaga Belluzzo (2009/10). Foi campeão paulista de 2008 e ajudou o time na campanha da Libertadores de 2009, eliminado nas quartas de final para o Nacional-URU.
Advogado formado pela PUC em 1993, ele é consultor jurídico e sócio filiado desde a fundação da Associação Brasileira dos Executivos de Futebol, além de membro da Comissão de Governança em Clubes de Futebol do IBGC.