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Cinco meses após tirar o selo de bom pagador do Brasil, a agência de classificação de risco Fitch voltou a reduzir a nota do país nesta quinta-feira (5). Caiu de BB+ para BB, com perspectiva negativa -o que significa que a agência pode reduzir novamente a avaliação brasileira.
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Segundo a Fitch, o rebaixamento reflete contração maior que o esperado da economia brasileira e fracasso do governo brasileiro em estabilizar as finanças públicas. Também estão na lista o impasse político no país que dificulta a retomada da confiança.
A Fitch espera que agora que a economia brasileira vá recuar 3,8% em 2016 e crescer 0,5% em 2017. No final do ano passado, as projeções eram menos pessimistas. Queda de 2,5% neste ano e alta de 1,2% em 2017.
As contas públicas brasileiras seguem sob pressão e as alterações sucessivas na meta fiscal minam a credibilidade do governo, segundo a Fitch.
O governo Dilma apresentou uma proposta de redução da meta fiscal para este ano e também de um mecanismo que permita deficit sob condições adversas.O setor público registrou deficit primário de 2% do PIB no ano passado. A queda na arrecadação pública, a dificuldade de cortar gastos e o crescimento do deficit na Previdência Social devem consolidar o problema fiscal do país neste ano.
Com o rebaixamento desta quinta, o Brasil está dois degraus abaixo do "grau de investimento", no mesmo nível de Bolívia, Croácia, Paraguai e Guatemala.Em evento realizado nesta quarta-feira (4) em São Paulo, a Fitch havia sinalizado que as perspectivas para o Brasil estavam entre estáveis e negativas para o médio prazo, com a chance de mais de 50% de haver um novo rebaixamento em um período de 12 meses. Não foi, contudo, aventada a possibilidade de rebaixamento agora.
O ministério da Fazenda afirmou que não irá comentar o rebaixamento da nota brasileira.
Em fevereiro, o Brasil havia perdido o último grau de investimento que detinha quando a Moody's cortou, de uma só vez, a nota brasileira em dois degraus. A Standard&Poor's foi a primeira das maiores agências a cortar a nota do Brasil, em setembro do ano passado. Com informações da Folhapress.