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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma mulher de 42 anos foi assassinada a facadas na manhã desta segunda-feira (16) no Planalto Paulista, zona sul de São Paulo.
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O principal suspeito é o ex-marido, contra quem ela havia registrado um boletim de ocorrência por violência doméstica, ameaça e injúria há exatamente um mês. Ele não foi localizado.
Maria Adelma dos Santos foi morta quando seguia para o trabalho.
Guardas-civis metropolitanos foram chamados para atender a uma ocorrência de tentativa de roubo na alameda dos Camaiurás, na altura da avenida Rubem Berta, ponto movimentado da cidade. No local os GCMs encontraram a mulher caída e com sangramento. Uma faca estava ao lado dela.
Uma guarda prestou atendimento a Maria Adelma, enquanto outro GCM seguiu atrás do autor das facadas. Testemunhas relataram que o homem trocou de roupa na avenida Piassanguaba e fugiu a pé.
A filha da vítima esteve no local do ataque. Uma mochila deixada no ponto foi reconhecida por ela como sendo de seu pai, Fabiano Antônio da Silva, 46, ex-companheiro de Maria Adelma. No interior da mochila havia uma chave, que ela identificou como sendo da casa dele.
Uma vendedora de bolos que conhecia Maria Adelma contou à polícia que viu o momento em que ela foi atacada. A mulher lutou na via com o agressor, um homem mencionado no boletim de ocorrência sendo como baixo e de cabelo preto. O homem utilizava um uniforme laranja, semelhante ao de gari, descreveu a testemunha.
A vítima foi socorrida por uma ambulância do Samu e levada até a UPA Vila Mariana. Maria Adelma não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.
A ocorrência foi registrada como feminicídio pela 2ª Delegacia da Mulher. O suspeito é procurado pela polícia.
VÍTIMA PEDIU AJUDA À POLÍCIA APÓS AMEAÇA DO EX-MARIDO
De acordo com o relato da vendedora à polícia, Maria Adelma frequentava o espaço quase diariamente para tomar café da manhã antes de seguir para uma escola infantil onde trabalhava e que fica a poucos metros de distância.
Em uma das conversas, segundo a testemunha, a mulher contou que o ex-marido era agressivo e que ela, havia cerca de um mês e meio, resolveu se separar e morar sozinha. Disse que mudaria o trajeto para trabalhar e não mais passaria pela banca.
O boletim de ocorrência diz que o suspeito foi visto mais de uma vez passando perto da escola onde a vítima trabalhava.
Maria Adelma relatou ter registrado boletim de ocorrência, pedido medida protetiva e entrado com processo de separação. O homem, contudo, não aceitava a situação.
Ainda conforme o registro policial, a filha do ex-casal confirmou que o relacionamento dos pais era conturbado. Eles ficaram juntos por 23 anos e tiveram duas filhas. A jovem relatou que, quando mais nova, sua mãe era agredida fisicamente e verbalmente pelo pai.
Foi também na 2ª Delegacia da Mulher que Maria Adelma registrou a queixa por violência doméstica, em 15 de agosto.
Segundo seu relato aos policiais, após mais de duas décadas de união, naquela data ela resolveu encerrar seu casamento com Fabiano.
Maria Adelma contou na conversa que seu relacionamento sempre foi conturbado e que ele consumia muita bebida alcoólica. Segundo ela, quatro dias antes, Fabiano estava transtornado e tentou expulsá-la de casa. O homem a teria chamado de 'vagabunda' e ameaçado matá-la.
Conforme o boletim, Maria Adelma foi orientada sobre a Lei Maria da Penha, especialmente em relação às Medidas Protetivas de Urgência e à disponibilidade da rede de acolhimento. Ela afirmou que, naquele momento, não havia necessidade de abrigo, mas manifestou que desejava requerer as medidas protetivas. Também recebeu a orientação de baixar o aplicativo SP Mulher.
A vítima seria sepultada em Diadema, na Grande São Paulo, no final da tarde desta terça-feira (17).