Lula diz que mundo caminha para 'fracasso coletivo' e pede reforma da ONU

Em breve discurso na Cúpula do Futuro, em Nova York, presidente critica ritmo de cumprimento de metas globais

© Getty Images

Mundo Nações Unidas Há 3 Horas POR Folhapress

NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) disse neste domingo (22) que o atual ritmo de implementação das metas de desenvolvimento sustentável acordadas pela ONU caminha para ser um fracasso coletivo.

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O brasileiro fez um breve discurso em Nova York na Cúpula do Futuro, iniciativa lançada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, para tentar costurar compromissos dos governos em áreas como clima, inteligência artificial e governança global.

Em sua fala, Lula defendeu a reestruturação dos principais órgãos multilaterais da atualidade para que eles reflitam a importância do autodenominado Sul Global, termo não oficial usado para se referir a nações em desenvolvimento.

Com o tempo rigidamente cronometrado, o microfone de Lula foi desligado quando ele excedeu os cinco minutos a que tinha direito. Ele continuou discursando até concluir a leitura de seu pronunciamento.

"Voltar atrás em nossos compromissos é colocar em xeque tudo o que construímos tão arduamente. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram o maior empreendimento diplomático dos últimos anos e caminham para se tornar nosso maior fracasso coletivo. No ritmo atual de implementação, apenas 17% das metas da Agenda 2030 serão atingidas dentro do prazo", disse o presidente brasileiro, em referência às 17 metas para promover a sustentabilidade, erradicar a pobreza e proteger o planeta até o final da década.

Lula também afirmou que as ações atuais para o combate ao aquecimento global são insuficientes. "Na COP28 [nos Emirados Árabes Unidos], o mundo realizou um balanço global da implementação das metas do Acordo de Paris. Os níveis atuais de redução de emissões de gases do efeito estufa e financiamento climático são insuficientes para manter o planeta seguro", disse.

O presidente brasileiro também usou a parte final de seu pronunciamento para defender a reformulação do sistema ONU e das instituições financeiras internacionais, para atender as demandas dos países em desenvolvimento.

"A maioria dos órgãos carece de autoridade e meios de implementação para fazer cumprir suas decisões. A Assembleia-Geral [da ONU] perdeu sua vitalidade, e o Conselho Econômico e Social foi esvaziado. A legitimidade do Conselho de Segurança encolhe a cada vez que ele aplica duplos padrões ou se omite diante de atrocidades", declarou.

"As instituições de Bretton Woods desconsideram as prioridades e as necessidades do mundo em desenvolvimento. O Sul Global não está representado de forma condizente com seu atual peso político, econômico e demográfico", acrescentou.

Um dos principais objetivos da Cúpula do Futuro é reforçar o multilateralismo num momento em que a relevância da ONU enfrenta questionamentos por causa das crises geopolíticas da atualidade, como as guerras no Leste Europeu e no Oriente Médio.

Apesar disso, a efetividade do documento negociado, chamado Pacto para o Futuro, nasce sob desconfianças. As potências que têm assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, por exemplo, estão representadas por ministros, e não por seus governantes.

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