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(FOLHAPRESS) - Em mais uma noite de intensa atividade militar na guerra que trava em várias frentes no Oriente Médio, Israel matou 18 pessoas em um raro ataque na Cisjordânia e mirou o herdeiro presumido do líder do Hezbollah em um bombardeio em Beirute.
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O ataque contra o alvo palestino ocorreu no fim da noite em Tulkarem. Segundo as IDF (Forças de Defesa de Israel), foi morto no bombardeio o líder do Hamas na cidade palestina, Zahi Yasser Abd al-Razeq Oufi.
Diferentemente do usual na região, ações por terra ou usando drones e helicópteros, um caça F-16 executou o bombardeio.
O prédio, segundo o Ministério da Saúde da Autoridade Nacional Palestina, tinha um café em seu térreo, e ainda há vítimas soterradas nos escombros.
Não se sabe quantas das vítimas eram do Hamas. O grupo terrorista baseado em Gaza chamou a ação de crime, mesmo termo usado pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, que lidera a facção Fatah.
Esta foi a ação mais mortífera contra um único alvo desde que o Hamas perpetrou o mega-ataque a Israel em 7 de outubro do ano passado, detonando a atual guerra. Como a Folha de S.Paulo mostrou na quarta (2), a Cisjordânia tem sido a fronteira esquecida do conflito.
O Estado judeu busca terroristas de diversas organizações palestinas por lá. Já a Autoridade Nacional Palestina diz que as operações são indiscriminadas, coalhadas de abusos e que favorecem o que chama de projeto de expulsão dos árabes da região, em favor dos colonos judeus ilegais.
Já no Líbano, onde está operando em terra no sul do país, Israel promoveu um intenso bombardeio em Beirute nessa madrugada. Militares disseram de forma anônima que o alvo era Hashem Safieddine, o provável sucessor de Hassan Nasrallah como líder do grupo fundamentalista libanês, aliado do Hamas.
Nasrallah foi morto há uma semana, marcando o auge da campanha militar israelense para dizimar a chefia do Hezbollah. Safiedinne não chegou a assumir oficialmente o posto de secretário-geral, e estava em um bunker na mesma região em que o chefe havia sido alvejado, no sul da capital libanesa.
Também no país árabe, um ataque noturno criou uma cratera de quatro metros de diâmetro no posto fronteiriço de Masnaa, o principal ponto de ligação com a vizinha Síria. Segundo as IDF, o objetivo é impedir a entrada de armas para reforçar o Hezbollah -a ditadura de Bashar al-Assad é integrante do eixo de rivais de Israel liderado pelo Irã.
Segundo disse à agência Reuters o ministro dos Transportes do Líbano, Ali Hamieh, desde que a guerra causada pelo Hamas migrou de vez para o Líbano, há duas semanas, 300 mil pessoas já haviam fugido do país rumo ao vizinho, a maioria delas síria.
Ao todo, o país árabe conta 1 milhão de deslocados internos devido à intensificação dos combates.
Na mão contrária, além dos enfrentamentos em vilas no sul libanês, o Hezbollah retomou sua rotina de lançar foguetes contra o norte de Israel nesta manhã (madrugada no Brasil). Foram ao menos 20 projéteis na direção de Haifa, principal cidade da região, sem danos relatados.
Enquanto o conflito se desenrola, segue a tensão acerca da retaliação de Israel contra o ataque com mísseis balísticos sofrido na terça (1º) pelo Irã. O presidente americano, Joe Biden, disse que está discutindo com o aliado a reação "mais proporcional", e afirmou ser contra a destruição das instalações do programa nuclear da teocracia.
Já o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, disse que tal ação é uma opção válida. Há um temor em Israel de que o Irã esteja aproveitando o final da gestão Biden, que desistiu de disputar a reeleição contra Donald Trump, para acelerar a construção de uma bomba nuclear.
O Estado judeu é dono de 90 ogivas atômicas, mas, diferentemente de Teerã, não tem a extinção do Irã como política de Estado. Os iranianos também temem um vitória de Trump em novembro, dado que o ex-presidente é visto com mais duro em relação ao país do que a rival, a atual vice, Kamala Harris.
Com tudo isso, o tamanho da resposta israelense deverá determinar os próximos passos da guerra. O Irã tentou jogar para seu público, com um ataque com armas poderosas, embora não tenha logrado nenhum objetivo militar, e já disse estar satisfeito.
Já Tel Aviv, não, e o premiê Binyamin Netanyahu promete que Teerã irá "pagar um preço alto", que pode também ser na forma de danos à sua indústria petrolífera.
O Irã produz cerca de 4% do petróleo do mundo, e ocupa toda a margem oriental do golfo Pérsico, de onde sai ao todo quase um terço do produto por navios. Qualquer conflito lá pode influir no mercado. Questionado, Biden recusou-se na quinta a comentar isso.
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