Filha diz que médico citado em laudo falso de Marçal nunca trabalhou em clínica

"Aconteceu uma coisa um tanto quanto absurda no meio dessas campanhas políticas. Não sei o por que e em qual contexto foi usado o nome e o CRM [registro profissional] do meu pai pelo Pablo Marçal. A questão é muito grave, não sei até que ponto e por que usar a identidade de uma pessoa que nem está aqui", afirmou, em vídeo

© Reprodução- Facebook

Política PABLO-MARÇAL 05/10/24 POR Folhapress

(FOLHAPRESS) - A médica Aline Souza, filha do médico José Roberto de Souza, afirmou em vídeo que o pai dela nunca trabalhou na clínica que aparece no falso laudo divulgado por Pablo Marçal (PRTB) para associar Guilherme Boulos (PSOL) ao uso de cocaína.

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"Aconteceu uma coisa um tanto quanto absurda no meio dessas campanhas políticas. Não sei o por que e em qual contexto foi usado o nome e o CRM [registro profissional] do meu pai pelo Pablo Marçal. A questão é muito grave, não sei até que ponto e por que usar a identidade de uma pessoa que nem está aqui", afirmou, em vídeo.

"As coisas estão começando a ser apuradas. Mas quero esclarecer aqui que o meu pai jamais trabalhou nesta clínica que foi divulgada", completou a médica.

[Legenda]© Reprodução- Instagram  

Segundo o jornal O Globo, uma outra filha do profissional, Carla Maria de Oliveira e Souza, afirmou que a assinatura no documento também não era do seu pai.

O médico era hematologista e morreu de Covid em 2022, segundo a coluna. Ele trabalhava em Campinas e nunca teria atendido em São Paulo.

O vídeo da médica se soma a uma série de evidências que mostram que o laudo postado por Marçal é forjado.

Boulos, como antecipou a coluna Mônica Bergamo, da Folha, pediu à Justiça a prisão do influenciador por falsificação de documento.

O documento falso atribuído à clínica Mais Consulta diz que Boulos foi atendido em janeiro de 2021 na unidade do Jabaquara (zona sul de SP) em surto psicótico. Ainda segundo o laudo falsificado, o acompanhante do agora candidato do PSOL teria levado um exame toxicológico que apontaria a presença de cocaína no sangue do atual deputado.

Na manhã deste sábado (5), o juiz Rodrigo Marzola Colombini, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, chamou o laudo de falso e concedeu liminar determinando a pronta exclusão de vídeos publicados nas plataformas Instagram, TikTok e Youtube fazendo referência ao um documento.

"Há plausibilidade nas alegações [dos autores da representação], envolvendo não apenas a falsidade do documento, a proximidade do dono da clínica em que gerado o documento com o requerido Pablo Marçal, documento médico assinado por profissional já falecido e a data em que divulgados tais fatos, justamente na antevéspera do feito", afirmou o juiz.

Leia Também: Laudo que Marçal postou para atacar Boulos é falso; veja série de evidências

 

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