Será que a mulher que fundou uma das maiores grifes de luxo era mesmo uma espiã?

Coco Chanel, nascida Gabrielle Bonheur Chanel, é uma das mais renomadas designers de moda de todos os tempos. Historiadores creditam à Chanel como a criadora do icônico vestido preto, e seu famoso perfume Chanel No. 5 continua a ser um dos mais vendidos globalmente, com aproximadamente 10 milhões de frascos comercializados anualmente. Embora Chanel tenha transformado o cenário da moda feminina com sua visão inovadora, há aspectos controversos em sua vida que são frequentemente omitidos: ela também foi supostamente simpatizante e informante alemã durante a Segunda Guerra Mundial.

Quer saber mais? Clique nesta galeria para desvendar o polêmico passado de Coco Chanel.

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Quem foi Coco Chanel?

Coco Chanel foi uma estilista francesa famosa por seus designs elegantemente casuais que incentivavam as mulheres a abandonar as roupas desconfortáveis e complicadas que prevaleciam no início do século XX.

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Nascimento

Coco Chanel nasceu Gabrielle Bonheur Chanel, embora seu sobrenome tenha sido escrito incorretamente como Chasnel em sua certidão de nascimento.

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Nascimento

Coco Chanel veio ao mundo em 19 de agosto de 1883, em Saumur, França, filha de Eugénie Jeanne Devolle Chanel, lavadeira, e Albert Chanel, vendedor ambulante.

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Infância

Chanel viveu na pobreza com sua família, que contava com seis filhos. Depois que sua mãe morreu em 1895, Chanel foi enviada para um orfanato administrado por um convento em Aubazine, na França. Foi lá que ela aprendeu a costurar.

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Maioridade

Quando Chanel completou 18 anos, ela se mudou para a cidade de Moulins, onde frequentou a escola enquanto vivia em um convento.

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Costureira e cantora

Em 1902, ela se tornou costureira e também trabalhou como cantora num café. Embora a origem de seu apelido Coco não tenha sido confirmada, alguns acreditam que seja uma referência às músicas que ela apresentava, como 'Ko Ko Ri Ko' (versão francesa da música em inglês 'Cock-a-doodle-doo').

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Relações amorosas

Chanel teve casos com vários homens ricos, especialmente Arthur Capel. Com a ajuda financeira dele, ela abriu a Chanel Modes, uma pequena loja de chapéus em Paris, em 1910.

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A butique de Deauville

Em 1912, Chanel abriu uma butique em Deauville, na França. Ela vendia suéteres feitos de jersey, um tecido barato que ela transformou em modelos práticos, mas elegantes.

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“O luxo deve ser confortável, caso contrário, não é luxo”

Os designs simples e elegantes de Chanel ofereceram, às mulheres influentes e ricas, uma alternativa muito bem-vinda aos espartilhos restritivos, revolucionando o setor da moda.

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O vestidinho preto

Em 1926, Chanel apresentou o vestidinho preto. A cor era comumente reservada para o luto ou para trajes mais formais, enquanto o vestido preto de Chanel era versátil e podia passar do dia para a noite com os acessórios certos.

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Chanel No. 5

Em 1921, com a ajuda de Ernest Beaux, um dos mais talentosos criadores de perfumes da França, ela desenvolveu o perfume Chanel No. 5. Alguns dizem que o nome veio do fato de ela ter escolhido a quinta fragrância do perfume, enquanto outros dizem que é porque cinco era seu número da sorte.

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Segunda Guerra Mundial

Na época da eclosão da Segunda Guerra Mundial, Chanel morava no hotel Ritz Paris, que se tornou o quartel-general nazista depois que a Alemanha ocupou a França.

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O caso com o Barão Hans Günther von Dincklage

Durante sua estada no hotel Ritz Paris, ela iniciou um relacionamento amoroso com o Barão Hans Günther von Dincklage, um diplomata alemão e espião da Gestapo.

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Conseguindo favores

Hans Günther von Dincklage e seus contatos influentes conseguiram ajudar a libertar o sobrinho de Chanel, um membro do exército francês, de um campo de prisioneiros alemão.

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Operação Modelhut

Chanel estava envolvida na Operação Modelhut, um esquema no qual um general alemão alistou Chanel para viajar a Madri na esperança de levar uma mensagem a seu amigo Winston Churchill, sugerindo que eles negociassem o fim da guerra.

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Westminster

Durante a Operação Modelhut, o codinome de Chanel era Westminster, uma alusão às suas conexões com a Grã-Bretanha e seu caso de uma década com o Duque de Westminster.

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Antissemitismo

Chanel tentou usar as leis nazistas arianas que impediam os judeus de serem proprietários de empresas para tirar o controle de sua empresa de perfumes de seus sócios de origem judaica.

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Prisão

Após o fim da ocupação nazista em 1944, Chanel foi presa pelas autoridades francesas. No entanto, nenhuma acusação foi feita. Os historiadores presumem que o primeiro-ministro Winston Churchill, um amigo de longa data, interveio.

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Partida para a Suiça

Chanel se mudou para a Suíça para escapar de qualquer represália e permaneceu lá por quase uma década. Ela continuou seu relacionamento com Hans Günther von Dincklage por anos após a guerra e nunca enfrentou nenhuma consequência oficial por suas atividades durante a guerra.

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Crimes de guerra

Em 1949, Chanel foi convidada a comparecer ao julgamento por crimes de guerra do Barão Louis de Vaufreland, um ex-sócio que alegou que ela havia se envolvido em uma operação nazista. Ela negou as acusações.

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Um retorno à moda?

No início da década de 1950, Chanel começou a considerar um retorno à moda. A moda francesa havia passado por uma grande mudança, liderada por Christian Dior. Ele criou o New Look, um estilo definido por roupas ultrafemininas e altamente esculpidas.

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Desfile de moda em 1954

Em 1954, Chanel realizou seu primeiro desfile de moda em 15 anos, e a coleção se mostrou popular nos Estados Unidos. No final da década de 50, ela lançou a icônica bolsa acolchoada Chanel com correntes douradas.

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Desfile de moda em 1954

A coleção de Chanel apresentada no desfile de 1954 conquistou um lugar na história, garantindo que seu nome fosse lembrado como um ícone da moda.

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Uma oportunista?

Hal Vaughan, autor de 'Dormindo com o Inimigo', disse que Coco Chanel se colocava em primeiro lugar: "Chanel era, de forma muito simples, uma grande oportunista que fazia o que tinha de fazer para se dar bem".

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Legado

Embora o colaboracionismo de Chanel possa ter lançado uma sombra sobre seu histórico, ela continua a ser reverenciada como uma das estilistas mais influentes do século XX. Mesmo nos últimos anos, estilistas aclamados têm conseguido fazer retornos notáveis após escândalos que abalaram suas carreiras. John Galliano, cuja trajetória apresenta paralelos com a de Chanel, é um exemplo emblemático desse fenômeno.

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John Galliano

Galliano perdeu o cargo de diretor criativo da Maison Dior em 2011 depois que surgiram vídeos em que ele gritava insultos antissemitas. Apesar disso, ele voltou à ativa e recebeu ótimas críticas por seu desfile para a Maison Margiela no início de 2024.

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Morte

Coco Chanel morreu em sua suíte no Hotel Ritz em 10 de janeiro de 1971. Suas últimas palavras para sua empregada Celine foram: "Veja, é assim que se morre".

Fontes: (BBC) (Britannica) (Business Insider)

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