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O parlamento grego deve votar medidas de austeridade como revisões de pensões e aumentos de impostos na noite deste domingo em meio a greves e protestos. O governo espera que o novo movimento possa impressionar credores e liberar fundos de resgate.
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Os credores mais influentes da Grécia, a Alemanha e o Fundo Monetário Internacional (FMI), mantém um impasse sobre os termos do plano de ajuda para a Grécia, o qual o FMI considera ser falho e a Alemanha diz que não pode ser mudado.
O Eurogrupo, como é conhecido o comitê de ministros das Finanças da Zona do Euro, se reúne em Bruxelas na segunda-feira para discutir a estratégia fiscal da Grécia e a sustentabilidade de seus débitos. Uma resolução dessas diferenças, porém, não é esperada.
A legislação a qual o Parlamento grego vai votar cobre uma parte de um pacote de medidas de austeridade o qual representa 4 bilhões de euros, cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB).
A legislação inclui uma simplificação do fragmentado e custoso sistema previdenciário da Grécia, o qual emprestadores e o partido governista grego Syriza concordam ser necessária. Apesar disso, cortes de benefícios e aumento na contribuição dos trabalhadores provocaram a oposição de sindicatos e outros grupos profissionais.
É esperado que as medidas sejam aprovadas, embora o governo tenha pouco espaço para agir no caso de rebelião dos parlamentares. A coalizão liderada pelo Syriza tem maioria de apenas três assentos no parlamento de 300 membros.
O problema para o primeiro ministro Alexis Tsipras é que os principais credores não ficarão satisfeitos apenas com as medidas deste domingo.
Em uma carta a ministros da Zona do Euro enviada na quinta-feira, a chefe do FMI Christine Lagarde disse que a Europa está tentando fazer a Grécia alcançar um superávit irreal. Se a Europa não reduzir a meta, disse, a Grécia precisará introduzir medidas de austeridade que impactarão mais outros 2% do PIB.
Autoridades da Alemanha descartam, porém, a hipótese de reduzir a meta de superávit primário da Grécia para apenas 1,5% do PIB conforme recomendado pelo FMI. A redução da meta, avaliam, poderia levar a um novo perdão da dívida para que o endividamento grego não entrasse numa espiral ainda maior de crescimento.