PF abre inquérito para investigar presidente do partido de Marçal

O inquérito foi aberto anteontem e comunicado ontem à Justiça Eleitoral. A investigação será conduzida pelo delegado Renato Pereira de Oliveira.

© Getty

Justiça PABLO-MARÇAL 16/10/24 POR Estadao Conteudo

A Polícia Federal instaurou inquérito para investigar o presidente do PRTB, Leonardo Alves de Araújo, conhecido como Leonardo Avalanche, por suspeitas de ameaça e violência política contra a ex-vice-presidente do partido Rachel de Carvalho. O inquérito foi aberto anteontem e comunicado ontem à Justiça Eleitoral. A investigação será conduzida pelo delegado Renato Pereira de Oliveira.

PUB

 

A denunciante já havia entrado com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a intenção de retirar Avalanche do comando nacional da legenda com os argumentos de que fora alvo de ameaça e violência. Liminarmente, o pedido foi rejeitado pela presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, no começo de agosto deste ano.

Procurado, Avalanche não havia se manifestado até a publicação deste texto, a exemplo de Rachel, que também não tinha respondido aos contatos. O espaço segue aberto para manifestações.

'Influência'

A ação proposta junto ao TSE relata que "o presidente do partido (Avalanche) ameaçou a sua vice, mulher, e a fez renunciar a seu cargo" e "afirma a quem quiser ouvir ter influência e negociações com figuras importantes do Judiciário e ligação com o crime organizado (PCC), que poderia matá-la ou alguém de sua família".

Na denúncia, há ainda citação de um suposto diálogo em que Avalanche teria ameaçado a ex-integrante da sigla. "Você ainda não me conhece, não seja um obstáculo no meu caminho, eu sou um cara calmo, não saio do controle, você pode esbravejar, pode me xingar, jamais vou discutir com você, mas quando você receber uma ligação dizendo 'pega tua vara e vai pescar', você já pode despedir de seus familiares porque você vai morrer", diz trecho do documento juntado ao inquérito da PF.

Violência política (art. 359-P) e ameaça (art. 147), ambos tipificados no Código Penal, têm penas somadas que variam de três anos e seis meses a oito anos de reclusão e multa. No começo deste mês, o Estadão mostrou que uma advogada de Brasília registrou boletim de ocorrência contra Avalanche por ameaça. Ela afirmou no documento público que o político teria dito mandar matar até criança.

Avalanche venceu a eleição para presidente do PRTB em fevereiro. Desde então, opositores tentam tirá-lo do comando da legenda. Os adversários apresentaram documentos à PF, em Brasília, e ao TSE. Entretanto, nenhuma decisão para barrar Avalanche da presidência do partido ocorreu até o momento.

O PRTB se tornou uma das siglas mais citadas na disputa eleitoral deste ano. O pequeno partido, sem coligação e tempo de rádio e TV, terminou na terceira posição na eleição municipal paulistana. O candidato da legenda foi o influenciador Pablo Marçal (mais informações nesta página).

Indiciado

Avalanche nomeou para presidir o PRTB em São Paulo Tarcísio Escobar de Almeida. Em 29 de maio, o Estadão revelou que Escobar havia sido indiciado pela Polícia Civil paulista por associação ao tráfico e ao PCC. Em vídeo publicado nas redes sociais, Escobar negou ter cometido crimes. Ele afirmou ajudar pessoas de bairros periféricos da capital. O caso foi explorado no primeiro turno da eleição, principalmente pela então candidata Tabata Amaral, do PSB.

Escobar figurou como presidente em São Paulo por três dias. Posteriormente, o cargo foi ocupado pelo advogado Joaquim Pereira de Paulo Neto, que rompeu com Avalanche em junho. Ele, Escobar e Michel Winter, do PRTB de Minas Gerais, gravaram vídeo para falar sobre o fim da aliança com Avalanche por acordos não cumpridos. Escobar afirmou em vídeo que Avalanche "enganou, fingiu e atrapalhou" o PRTB em São Paulo. Winter disse na gravação que a "família do PRTB não vai mais aceitar você", em referência ao atual presidente.

Anteriormente, Avalanche disse ao Estadão, por meio de assessoria de imprensa, que tirou Escobar do comando da legenda em São Paulo depois de descobrir que o então aliado tinha problemas com a Justiça. Avalanche também sempre afirmou nunca ter sido condenado ou ser alvo de denúncias por autoridades públicas.

Leia Também: Menino de 9 anos invade hospital veterinário e mata 23 animais no Paraná

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

brasil Urgência Há 4 Horas

Avião da Latam declara emergência após decolar de Brasília e faz pouso forçado

fama Emergência Médica Há 23 Horas

Internado na UTI, saiba quem é Toguro, influencer indiciado por homicídio

fama Tragédia Há 22 Horas

Ator de 'Baby Driver', Hudson Meek, morre aos 16 anos

economia Trabalhadores Há 6 Horas

Salário mínimo subirá R$ 106 e novo valor passará a ser de R$ 1.518 a partir de 1º de janeiro

mundo Cazaquistão Há 6 Horas

Homem que filmou despedida à mulher durante queda de avião sobreviveu

brasil São Mateus do Sul Há 23 Horas

Equipe médica e paciente morrem em acidente com ambulância no Paraná

esporte Redes Sociais Há 22 Horas

Muçulmano, Salah posta foto celebrando Natal e é criticado por internautas: 'Hipocrisia'

fama Justiça Há 15 Horas

Baldoni é processado por ex-assessora em polêmica envolvendo Blake Lively

economia Trabalho escravo Há 6 Horas

Operários resgatados na BYD na Bahia devem voltar à China em janeiro

economia Benefícios Há 5 Horas

Abono salarial PIS-Pasep 2024: prazo para sacar termina nesta semana; veja quem tem direito