Representantes de movimentos sociais contra o impeachment de Dilma Rousseff ocuparam nesta segunda-feira (9) parte do segundo andar do Palácio do Planalto, após evento com a presidente.
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Fazem parte do grupo representantes da UNE (União Nacional de Estudantes), Ubes (União de Estudantes Secundaristas), CMP (Central de Movimentos Populares), MNLM (Movimento Nacional de Luta por Moradia), CUT (Central Única dos Trabalhadores), entre outros. A organização estima que 200 pessoas estejam no local, mas muitas delas foram embora ao final do evento.
Aos gritos de "ocupa e resiste" e "o Palácio é nosso", o grupo decidiu permanecer no Planalto após cerimônia com anúncio da assinatura de um projeto de lei para a criação de cinco universidades federais. "Daqui não saio, já trouxe comida e roupa", disse a enfermeira Edva Aguilar, 59, filiada ao PT, enquanto mostrava uma mochila junto com um cartaz de "Fica, Dilma".
O grupo diz que deve permanecer no local "enquanto for necessário". "Esse é o escudo de proteção da Dilma", definiu a enfermeira."Não vamos sair de dentro do Palácio do Planalto até que a normalidade institucional seja reposta no país", afirmou Adriana Margutti, membro da Frente Brasil Popular. "Está sendo dado um golpe branco no Brasil. Cunha não pode destituir uma presidente eleita pelo voto popular", completou.
Os manifestantes também colaram nas janelas do Palácio do Planalto cartazes com dizeres de "Não ao golpe" e "Resistência e luta". Servidores do governo fecharam o acesso aos banheiros do Planalto e retiraram as cadeiras que foram utilizadas no evento para tentar desestimular a permanência das pessoas.
DEPUTADO
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) conversou com os manifestantes para organizar o processo. Segundo ele, o objetivo da ocupação é evitar que o governo do Distrito Federal isole a área e que movimentos deixem de ter acesso à Esplanada. "Servidores administrativos estão agindo como sempre agem. É um fato fora da rotina, temos que administrar essas negociações", disse o deputado.
"Não podemos tratar como se estivéssemos em meio à normalidade democrática. Estamos vivendo um processo de instabilidade jurídica e institucional. A presença das pessoas aqui tem esse objetivo de dialogar com o governo para serem também ouvidos nesse momento", afirmou Pimenta.
"Hoje é o último ato público antes da votação [do impeachment no plenário do Senado, prevista para quarta (11)]. Correríamos o risco de amanhã não poder entrar na Esplanada. É um ato de desobediência organizada, pacífica e tranquila", completou o petista. Com informações da Folhapress.