© DR
A política de restrição do gasto público adotada em 2015 ajudou a aumentar a recessão verificada no ano passado e pode ter contribuído para derrubar também o PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre de 2016.
PUB
A afirmação foi feita nesta segunda-feira (9) pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Manoel Pires, que divulgou o documento "Monitor de Política Fiscal".
O resultado do PIB do primeiro trimestre deste ano será divulgado no dia 1º de junho.
No relatório, a Fazenda divulgou, pela primeira vez, seu cálculo para o chamado resultado fiscal estrutural, que é o resultado das contas públicas sem a influência de fatores como o ciclo econômico e receitas e despesas extraordinárias. O ministério também avalia no documento se a política fiscal contribuiu ou não para o resultado do PIB.
Apesar de o setor público ter fechado com as contas no vermelho em 2015, a secretaria calcula que a política fiscal foi contracionista, ou seja, contribuiu para contrair a demanda.
A última vez que isso havia ocorrido foi em 2011, primeiro ano do governo Dilma Rousseff. Anteriormente, em 2005, durante o governo Lula.
O secretário afirmou que a estratégia adotada pelo governo em 2015, ainda na gestão Joaquim Levy na Fazenda, não pode ser mantida no longo prazo.
Segundo Pires, como a maior parte do Orçamento é formada por despesas obrigatórias, o governo acaba tendo de cortar nos investimentos para fazer alguma economia, o que atinge de maneira mais forte a demanda.
"A gente tem mostrado a necessidade de se fazer uma política fiscal gradual em razão da rigidez orçamentária", afirmou. "É importante sair do ajuste feito em 2015 para um conjunto de ações que reformem o Orçamento". Com informações da Folhapress.