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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda, 28, que uma redução sustentável dos juros no Brasil provavelmente só será possível se for acompanhada de medidas vistas pelo mercado como um "choque fiscal positivo". Ele repetiu que quedas estruturais das taxas foram historicamente acompanhadas de medidas positivas no lado das contas públicas.
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"Quando olhamos para o prêmio na ponta longa (da curva de juros) e aí por diante, achamos que, se quisermos mesmo ser capazes de diminuir os juros e de viver com juros menores, provavelmente precisaremos estar dispostos a sinalizar para o mercado medidas que serão interpretadas como um choque positivo", afirmou ele, em reunião com investidores organizada pelo Deutsche Bank, em Londres.
Campos Neto, que deixará o cargo no fim do ano, disse que os números fiscais do Brasil, tanto no que diz respeito ao resultado primário quanto à evolução prevista da dívida pública, são similares aos de outros emergentes, embora o ponto de partida da dívida do País seja maior.
"Eu reconheço que tivemos algumas notícias desfavoráveis recentemente, especialmente quando olhamos para a percepção do mercado de que alguns números estão se tornando menos transparentes", disse ele. Sob pressão do mercado, a equipe econômica tem afirmado que vai discutir nas próximas semanas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva um pacote com propostas de corte de gastos.
Tebet
Já a ministra do Planejamento, Simone Tebet, voltou a dizer que o momento é de "coragem" para cortar gastos em políticas públicas que são ineficientes, usando o espaço que será aberto no Orçamento para fazer investimentos, e não necessariamente superávit fiscal. "Números mostram que, tudo que tinha de dar certo, deu, só falta uma coisa: termos a coragem de cortar o que é ineficiente. Erros e fraudes já foram cortados em 2023, agora é hora de acabar com políticas públicas que são ineficientes", disse ela, em evento em São Paulo.
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