Trump é detonado por dizer que vai proteger mulheres 'gostem elas ou não'

A declaração dá mais munição a Kamala, que tem tentado atrair mulheres republicanas moderadas e independentes

© <p>Getty Images</p>

Mundo Estados Unidos 31/10/24 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em nova declaração controversa, o candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou, nesta quarta-feira (30), que vai proteger as mulheres americanas "gostem elas ou não" -fala classificada pela sua adversária, Kamala Harris, de "muito ofensiva".

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"Eu quero proteger as mulheres do nosso país. (...) Eu vou fazer isso gostem elas ou não. Eu vou protegê-las de migrantes, eu vou protegê-las de outros países que querem nos acertar com mísseis", afirmou o ex-presidente a uma multidão de apoiadores durante um comício em Wisconsin.

Nos últimos meses, Trump tem repetido que vai proteger as mulheres tornando suas comunidades mais seguras, garantindo que elas não "pensem em aborto". O republicano é contra o direito de acesso ao procedimento -posição apontada como um dos motivos para sua rejeição na parcela feminina da população americana.

Ao insistir no discurso, na noite desta quarta, o ex-presidente disse estar contrariando a sua equipe, que o havia aconselhado a não repetir a fala. "Achamos que é muito inapropriado dizer isso", teriam dito a Trump, segundo ele mesmo. "Eu disse: 'Por quê?' Sou presidente, quero proteger as mulheres do nosso país", afirmou.

A declaração dá mais munição a Kamala, que tem tentado atrair mulheres republicanas moderadas e independentes, especialmente nos subúrbios, falando sobre seu apoio ao direito ao aborto e retratando Trump como divisivo e reacionário.

A democrata rapidamente reagiu em suas redes sociais, publicando uma série de vídeos da fala de seu adversário. "Donald Trump acha que deve tomar decisões sobre o que você faz com seu corpo. Quer você goste ou não", afirmou. Em um comunicado à imprensa afirmou que "Trump lembra às mulheres o quão pouco ele valoriza suas escolhas".

Nesta quinta, a vice-presidente voltou a se manifestar ao ser questionada por jornalistas em Wisconsin. "Ele não prioriza a liberdade e a inteligência das mulheres para tomar decisões sobre suas próprias vidas e corpos", afirmou Kamala, classificando a fala de "muito ofensiva".

Questionada sobre o assunto, Karoline Leavitt, porta-voz da campanha de Trump, não abordou as declarações. Ela disse, no entanto, que o governo de Joe Biden deixou as mulheres "em uma situação financeira pior e muito menos seguras do que estávamos há quatro anos, sob o presidente Trump."

"As mulheres merecem um presidente que assegure as fronteiras do nosso país, remova criminosos violentos de nossos bairros e construa uma economia que ajude nossas famílias a prosperar", disse Karoline em um comunicado.

Ao longo da campanha, Trump e seus aliados fizeram uma série de ataques misóginos contra Kamala. Em agosto, por exemplo, Trump usou a Truth Social, sua rede social, para compartilhar um comentário que sugeria falsamente que a vice-presidente havia feito favores sexuais para ascender na política.

Durante o comício de quarta, o republicano a insultou repetidamente fazendo comentários negativos sobre a sua inteligência e referindo-se a ela como uma "indivíduo de baixo QI".

"Kamala Harris não está apta para ser presidente dos EUA", disse. "Ela não tem o intelecto, a resistência ou aquela qualidade especial que os verdadeiros líderes devem ter para liderar. Sabemos o que é isso. É uma qualidade especial."

Até mesmo correligionários criticaram a postura de Trump. Em uma entrevista à Fox News na terça-feira (29), por exemplo, a republicano Nikki Haley, que competiu com o ex-presidente nas primárias republicanas deste ano, afirmou que esses ataques deixavam as mulheres "desconfortáveis".

"Essa não é a maneira de conquistar pessoas que estão preocupadas com o estilo de Trump", disse Haley. "As mulheres vão votar. Elas se importam com a forma como estão sendo tratadas."

Leia Também: Volta de Trump traria riscos inaceitáveis, diz Economist ao endossar Kamala nos EUA

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