Viajar de avião está ficando mesmo mais perigoso?

As condições do céu estão se tornando mais ameaçadoras do que antes

Viajar de avião está ficando mesmo mais perigoso?

A trágica queda de avião em Vinhedo, no interior de São Paulo, em 9 de agosto de 2024, trouxe novamente à discussão uma questão preocupante: embora os avanços tecnológicos tenham tornado a aviação mais segura ao longo das décadas, os desafios atuais incluem novos fatores de risco. O mundo já testemunhou alguns dos acidentes aéreos mais mortais, e as regulamentações e protocolos de segurança evoluíram significativamente. Contudo, as alterações climáticas estão emergindo como uma nova e preocupante variável, aumentando os riscos associados aos voos.

Clique nesta galeria para entender como as mudanças climáticas estão impactando a segurança dos voos e contribuindo para um aumento nos acidentes aéreos.

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Acidente de avião em Vinhedo, interior de São Paulo

No dia 9 de agosto de 2024, o Brasil foi abalado pelo acidente do voo 2283 da Voepass, que caiu em Vinhedo (SP). Este é o acidente aéreo mais grave registrado no país desde 2007, resultando na morte de 62 pessoas (58 passageiros e 4 tripulantes). Antes da divulgação do relatório preliminar sobre as causas da tragédia, especialistas já suspeitavam que o acúmulo de gelo nas asas do avião, agravado pelas condições meteorológicas severas do dia, possa ter desempenhado um papel crucial no ocorrido.

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Acidentes

Nos últimos anos, houve um grande aumento no número de incidentes ocorridos em voos comerciais. Mais recentemente, em 21 de maio de 2024, o voo 321 da Singapore Airlines teve uma morte e 104 feridos a bordo enquanto o avião Boeing sobrevoava Myanmar.

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Mudança climática

Muitos especialistas em aviação têm se perguntado por que esses incidentes se tornaram mais comuns, e a resposta parece ser óbvia agora: mudanças climáticas. Não apenas as viagens aéreas comerciais são responsáveis por cerca de 3,5% das mudanças climáticas causadas pelo homem, mas os próprios aviões estão sendo vítimas de seus efeitos.

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Turbulência

À medida que a mudança climática assola o mundo, ela está levando a padrões climáticos mais severos e imprevisíveis, o que aumenta a turbulência, as tempestades e outras condições perigosas para os voos.

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Atrasos

Até mesmo atrasos de voos estão se tornando mais comuns, já que muitos voos programados permanecem em terra devido a eventos climáticos severos e adversos que podem afetar drasticamente a segurança dos voos e criar condições mais desafiadoras para pilotos e controladores de tráfego aéreo.

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Hemisfério Norte

O Hemisfério Norte, em particular, tem registrado um grande aumento de acidentes no ar. O motivo? As correntes de vento na atmosfera superior da Terra que fluem do oeste para o leste (conhecidas como correntes de jato) estão, na verdade, acelerando.

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Correntes de jato

A cada grau Celsius de aquecimento dos ventos devido às emissões de carbono, as correntes de jato (ventos rápidos na parte superior da atmosfera entre 9 e 16 quilômetros acima da superfície) aceleram em 2%. Essas correntes fluem de oeste para leste e são formadas por diferenças de temperatura entre o ar quente e o frio, desempenhando um papel crucial no clima global. O aumento da velocidade das correntes de jato causa tempestades maiores e mais duradouras, resultando em turbulência mais severa e afetando a segurança e o conforto dos voos.

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Granizo

Foi comprovado que até mesmo o granizo pode causar problemas nos voos. Em junho de 2024, o nariz de um avião da Austrian Airlines foi quase destruído graças ao granizo de uma tempestade pela qual o avião passou.

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Visibilidade

Os aviões são capazes de passar por chuvas fortes, mas esses eventos climáticos afetam significativamente a visibilidade dos pilotos, e as mudanças climáticas podem fazer com que granizos maiores se tornem mais frequentes.

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Condições meteorológicas extremas

Outras condições meteorológicas extremas também estão se tornando comuns à medida que as mudanças climáticas afetam o planeta, incluindo furacões e tufões. Esses eventos representam riscos significativos para as aeronaves durante as fases de decolagem, voo e pouso.

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Aviões antigos

Outro problema que começou a afetar as companhias aéreas é que muitas delas continuam a usar aeronaves mais antigas para cortar custos. À medida que esses aviões envelhecem, o risco de falhas mecânicas e outros problemas técnicos aumenta, apesar da manutenção regular.

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Pistas de pouso alagadas

Os aeroportos geralmente são construídos em áreas baixas e planas, ideais para pistas de pouso. Como resultado, eles geralmente são propensos a grandes períodos de inundação. De acordo com um estudo realizado em 2021, mais de 100 aeroportos em todo o mundo estão localizados abaixo do nível do mar.

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Aumento nível mar

À medida que o nível do mar sobe devido ao aquecimento global, prevê-se que o risco de inundações em aeroportos de baixa altitude possa aumentar em até 69 vezes em comparação com os níveis atuais até o ano 2100. Esse aumento significativo na probabilidade de inundações representa um grande desafio para a segurança dos voos, pois poderia tornar as pistas inoperantes, impossibilitando a decolagem e a aterrissagem dos aviões.

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Calor

O aumento do risco de inundações não é o único problema enfrentado pelos aeroportos graças ao aquecimento global. À medida que o aumento da temperatura da superfície e as ondas de calor afetam o globo, as aeronaves também são afetadas negativamente.

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Aerodinâmica

Para que um avião se eleve no ar, ele depende de uma força aerodinâmica gerada pela interação entre o avião e as moléculas de ar que o cercam. Porém, à medida que a atmosfera se aquece, o ar se expande, tornando-se menos denso, o que dificulta a decolagem dos aviões.

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Ponto de fusão

No entanto, a dificuldade de colocar um avião no ar é apenas um dos problemas que o aumento das temperaturas está causando. As ondas de calor também fizeram com que muitos aviões encontrassem pistas derretidas ou pneus derretidos enquanto estavam na pista.

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Pistas de pouso

Os especialistas em aviação preveem que as pistas de pouso precisarão ser mais longas para contornar os problemas causados pelo aquecimento global. Além disso, os aviões também precisarão transportar menos carga. Na verdade, em média, a distância necessária para a decolagem dos aviões aumentou cerca de 0,15% ao ano devido às mudanças climáticas.

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Explosão de bebidas

Surpreendentemente, o calor escaldante do verão que afetou muitas partes da América do Norte também fez com que latas de refrigerante explodissem durante o voo. Esses incidentes têm o potencial de ferir gravemente a tripulação e os passageiros do voo.

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Voos de longa duração

Além das tempestades e do calor, a mudança climática também está afetando drasticamente a duração de alguns voos. Devido à intensificação das correntes de jato, os pilotos têm se deparado com ventos contrários mais fortes que, na verdade, reduzem a velocidade dos aviões.

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Colisões com pássaros

As mudanças climáticas também trazem consigo o risco negativo de afetar a vida selvagem em relação às viagens aéreas. Mais precisamente, os aviões já corriam um grande risco de serem atingidos por pássaros, mas esse risco aumentou ao longo dos anos. Nos Estados Unidos, mais de 14.000 colisões com pássaros são registradas todos os anos, o que pode causar danos significativos aos motores das aeronaves.

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Cansaço dos pilotos

Apesar do clima ser um dos principais fatores de problemas de segurança durante o voo, existem questões menores e menos comuns que podem agravá-los. Um desses problemas é a fadiga. Os pilotos frequentemente enfrentam longas horas e horários irregulares. A exaustão pode aumentar a probabilidade de erros, comprometendo a segurança da aeronave.

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Ameaças à cibersegurança

Com a crescente dependência de sistemas digitais para operações de voo, a ameaça de ataques cibernéticos também cresceu. Os hackers que atacam os sistemas de aviação podem potencialmente interromper voos, roubar dados confidenciais ou até mesmo causar acidentes interferindo nos sistemas de navegação e comunicação.

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Congestionamento do tráfego aéreo

O aumento do número de voos em todo o mundo também levou a um espaço aéreo mais congestionado. Esse congestionamento pode resultar em uma maior probabilidade de colisões no ar, quase acidentes e outros incidentes, apesar da implementação de sistemas de prevenção de colisões no tráfego.

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Área de conflito

Os voos que passam sobre ou perto de zonas de conflito também correm um risco maior de serem alvos ou de encontrarem perigos inesperados. A queda do voo MH17 da Malaysia Airlines sobre a Ucrânia é um exemplo que destaca os perigos de voar sobre essas regiões.

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Falta de manutenção adequada

À medida que as companhias aéreas buscam reduzir custos, pode haver pressão para diminuir os intervalos de manutenção ou utilizar peças mais baratas. Um exemplo recente é o caso da Boeing, que enfrentou uma intensa auditoria devido a problemas de segurança resultantes da manutenção inadequada de suas aeronaves. Além dos acidentes fatais com os jatos 737 Max, a empresa tem lidado com uma série de questões graves relacionadas à segurança e à qualidade de seus aviões.

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Acidentes na pista

O risco de ocorrências na pista (quando aeronaves, veículos ou pessoas entram por engano em uma pista ativa) aumentou com o crescimento do tráfego nos aeroportos. Esses incidentes podem levar a colisões durante a decolagem e o pouso. De fato, especialistas em aviação informaram que as incursões em pistas nos EUA ocorrem a uma taxa de quase 2.000 por ano.

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Intoxicação

Outro fator que apresenta um pequeno risco de causar danos aos passageiros é a intoxicação. Recentemente, as companhias aéreas observaram um aumento no número de incidentes com embriaguez ocorridos durante o voo, e eles realmente representam um risco significativo para a segurança do voo.

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Abuso de substâncias

Embora as companhias aéreas tenham regulamentações rigorosas, já ocorreram casos de abuso de substâncias por pilotos no passado. Isso pode prejudicar gravemente a capacidade de um piloto de operar uma aeronave com segurança, aumentando o risco de acidentes devido à deficiência de julgamento ou de habilidades motoras.

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A boa notícia

Embora a lista de riscos e problemas potenciais enfrentados pelas companhias aéreas pareça significativa, há uma boa notícia a ser encontrada. Os especialistas em aviação já colocaram em prática planos para reduzir os efeitos do risco de voo como resultado da mudança climática, e outras questões também estão sendo abordadas continuamente. De fato, estatisticamente falando, ainda que aconteçam infortúnios, voar ainda continua sendo uma das formas mais seguras de viajar no mundo.

Fontes: (National Geographic) (The Independent) (CNN) (G1)

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Mundo Aviação 02/11/24 POR Notícias Ao Minuto Brasil


A trágica queda de avião em Vinhedo, no interior de São Paulo, em 9 de agosto de 2024, trouxe novamente à discussão uma questão preocupante: embora os avanços tecnológicos tenham tornado a aviação mais segura ao longo das décadas, os desafios atuais incluem novos fatores de risco. O mundo já testemunhou alguns dos acidentes aéreos mais mortais, e as regulamentações e protocolos de segurança evoluíram significativamente. Contudo, as alterações climáticas estão emergindo como uma nova e preocupante variável, aumentando os riscos associados aos voos.

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