Chuva alaga aeroporto e estradas em Barcelona; Valência procura desaparecidos

Precipitações em níveis recordes bloquearam estradas e provocaram interrupções do transporte ferroviário e aéreo

© Getty Images

Mundo Espanha Há 7 Horas POR Folhapress

BERLIM, ALEMANHA (FOLHAPRESS) - Depois da devastação e de 217 mortes provocadas pela maior tempestade do século em Valência, na semana passada, nesta segunda-feira (4) foi a vez da Catalunha.

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Precipitações em níveis recordes, como na semana passada na comunidade vizinha, bloquearam estradas e provocaram interrupções do transporte ferroviário e aéreo. El Prat, o aeroporto de Barcelona, ficou isolado e teve voos cancelados. Imagens de redes sociais mostram o saguão alagado.

Segundo o Aemet, o serviço meteorológico espanhol, choveu 150 mm em apenas quatro horas na região de El Prat, 110 mm em Tarragona e 59 em Sitges. Os volumes equivalem a um quarto do esperado para o ano na região, segundo a agência. Segundo os registros oficiais, foi a maior chuva na região desde 1957.

De acordo com especialistas, o aquecimento do mar Mediterrâneo, provocado pela crise climática, provocou uma dana (depressão isolada em níveis altos, na sigla em espanhol), uma tempestade forte, com granizo, trovoadas e ventanias. O fenômeno é característico do outono europeu, mas a intensidade foi sem precedentes.

Em Valência, um dia depois de o rei Felipe 6º, a rainha Letizia e o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, serem recebidos com lama e palavrões em Paiporta, parlamentares discutem em Madri se o país precisa decretar uma emergência nacional. Até o Partido Popular, do presidente da comunidade valenciana, anunciou estar a favor da medida.

O decreto tiraria o gerenciamento da crise de Carlos Mánzon, o dirigente local, que passaria para autoridades federais. De alertas atrasados a impasses burocráticos que retardaram a chegada de socorro às áreas mais afetadas, as críticas à atuação do Poder Público na crise dispararam nos últimos dias.

O gabinete, segundo o jornal El País, reputa à ultra direita do país a virulência da recepção em Paiporta, onde mais de 70 pessoas morreram. Um ministro do governo Sánchez declarou que foi um erro organizar a visita sem antecipar o humor dos moradores e a necessidade de um esquema de segurança mais robusto.

O saldo do desastre segue em 217 vítimas, e a inspeção de 50 carros presos em um estacionamento subterrâneo em um centro comercial de Aldaia, sem que nenhum corpo fosse encontrado, gerou manifestações de alívio. Ainda há muitos desaparecidos, em uma quantidade não estimada pelas autoridades.

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