© Lusa
O Ministro da Saúde da Croácia, Vili Beros, foi preso nesta sexta-feira por suspeita de corrupção em uma investigação que envolve outros altos funcionários, incluindo dois diretores de hospitais. O caso foi revelado após uma operação do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (USKOK), com apoio da Procuradoria Europeia.
PUB
Na manhã de hoje, o primeiro-ministro croata, Andrej Plenkovic, anunciou a demissão de Beros e, logo depois, confirmou sua prisão. "Relativamente à atuação das autoridades judiciárias, por mais incômodas que sejam para o Governo neste momento, quero dizer que as saúdo e que têm o nosso total apoio", declarou Plenkovic.
Horas antes da prisão, a imprensa local divulgou imagens de policiais revistando a residência do ministro em Zagreb. A advogada de Beros, Laura Vakovic, declarou à imprensa que ele "rejeita qualquer responsabilidade criminal".
Detalhes da Investigação
De acordo com a Procuradoria Europeia, a investigação se concentra em oito pessoas, incluindo o ministro, diretores de dois hospitais de Zagreb e representantes de duas empresas. Os suspeitos são acusados de aceitar e pagar subornos, abuso de posição e lavagem de dinheiro. O esquema teria ocorrido entre junho de 2022 e novembro de 2024.
As autoridades afirmam que o grupo manipulou contratos para que hospitais adquirissem dispositivos médicos robotizados a preços superfaturados, em troca de propinas. Além disso, suspeita-se que os envolvidos tenham influenciado ilegalmente contratos relacionados ao Plano Nacional de Recuperação e Resiliência da Croácia (2021-2026), financiado pela União Europeia, e a outros projetos custeados pelo orçamento nacional croata.
Corrupção Sistêmica
O setor de saúde na Croácia é historicamente associado a subornos, tanto em contratos públicos quanto em serviços médicos. O país luta há anos contra a corrupção generalizada, e diversos ministros do partido conservador HDZ, do primeiro-ministro Plenkovic, já renunciaram no passado devido a acusações semelhantes.
Vili Beros assumiu o cargo em janeiro de 2020, após a demissão de seu antecessor, Milan Kujundzic, também envolvido em um caso de corrupção relacionado a bens não declarados. Agora, a prisão de Beros reacende o debate sobre a necessidade de reformas profundas para combater práticas ilícitas no governo croata.
A investigação segue em curso, e as autoridades prometem aprofundar o caso para identificar a extensão do esquema. A Procuradoria Europeia, criada para combater fraudes financeiras que afetam o orçamento da União Europeia, desempenha um papel central na apuração das irregularidades.
Leia Também: Primeiro-ministro croata demite ministro da Saúde suspeito de corrupção