Missão para matar Moraes foi abortada de última hora: 'cancelar jogo'

Segundo as investigações, o grupo utilizou técnicas avançadas de treinamento militar para organizar ações clandestinas, chegando a posicionar integrantes próximos à casa do ministro, mas abortaram a missão no último momento devido a um imprevisto.

© Getty

Política Supremo Tribunal Federal Há 3 Horas POR Guilherme Bernardo

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (19) uma operação que revelou detalhes sobre o planejamento de militares das Forças Especiais para capturar e assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

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Entre os presos estão quatro militares conhecidos como "kids pretos", incluindo o general da reserva Mário Fernandes e os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo.

A investigação aponta que eles empregaram táticas de guerrilha, infiltração e inteligência para planejar o assassinato de Moraes em dezembro de 2022. Um documento chamado "Copa 2022" foi identificado como o plano estratégico do grupo, que usava codinomes inspirados em nomes de países, como Alemanha e Áustria, para se comunicar por aplicativos de mensagens com celulares registrados em nomes de terceiros.

De acordo com informações reveladas pelo colunista Aguirre Talento, do site UOL, no dia 15 de dezembro de 2022, os militares realizaram deslocamentos sigilosos em Brasília, alugando veículos para evitar rastros. Estavam posicionados em pontos estratégicos próximos ao STF e à residência de Moraes, mas um julgamento encerrado mais cedo alterou os planos. Áustria pergunta: "Tô perto da posição, vai cancelar o jogo?". Outro integrante responde e distribui tarefas: "Abortar... Áustria... Vai para local de desembarque... Estamos aqui ainda. Gana... prossegue para resgate com Japão".

Em vez de cadastrarem seus nomes no aplicativo, eles usaram nomes de países como codinomes: Alemanha, Áustria, Gana, Japão.

As investigações destacam que o uso de táticas militares começou ainda nas reuniões de planejamento, com a adoção de estratégias de inteligência e manipulação de informações. A PF também constatou que o grupo usava técnicas de propaganda estratégica para instigar manifestações antidemocráticas e fortalecer seus interesses golpistas. Segundo a representação da PF, essas ações foram elaboradas com precisão técnica, típica de forças militares treinadas. Até o momento, as defesas dos investigados não se manifestaram. 

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