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Entre agosto e setembro, o Reino Unido realizou uma operação sem precedentes, deportando 607 brasileiros, incluindo 109 crianças, por meio de três voos. A informação foi publicada pelo jornal britânico The Guardian neste domingo (1º).
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Os voos ocorreram em 9 e 23 de agosto, e em 27 de setembro, transportando centenas de pessoas de volta ao Brasil. Segundo a reportagem, muitas crianças deportadas frequentavam escolas britânicas e passaram a maior parte de suas vidas no Reino Unido, acompanhadas de suas famílias.
Essas ações refletem o endurecimento das políticas migratórias do governo britânico após o Brexit. Embora o governo do Reino Unido categorize as deportações como "retornos voluntários", muitas das pessoas removidas estavam em situação irregular devido ao vencimento de seus vistos.
A Coalition of Latin Americans in the UK (Coalizão de Latino-Americanos no Reino Unido) alertou sobre os desafios enfrentados pela comunidade brasileira, a maior entre os latino-americanos no país. Barreiras linguísticas e mudanças nas regras de imigração agravaram as dificuldades de acesso a suporte jurídico, deixando muitas famílias em posições vulneráveis.
Resposta do Brasil
Em nota, o Itamaraty esclareceu que os retornos foram organizados através do Programa de Retorno Voluntário (Voluntary Returns Service), gerido pelo governo britânico, que oferece passagens aéreas e assistência financeira para os migrantes que desejam retornar ao Brasil.
O governo brasileiro reforçou que a adesão ao programa deve ser completamente voluntária e informou que o acordo poderá ser reavaliado caso as condições estabelecidas sejam alteradas.
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