O experimento soviético com ratos de pântano e a sua consequência no mundo

Uma missão zoológica com efeitos de longo alcance.

O experimento soviético com ratos de pântano e a sua consequência no mundo

No início do século XX, um grupo de cientistas soviéticos começou a introduzir novas espécies de mamíferos no Cáucaso. Esses pesquisadores importaram uma grande variedade de espécies, de chinchilas sul-americanas a cães-guaxinins chineses. No entanto, quando incorporaram o rato do pântano, também conhecido como rato-d’água, ratão-do-banhado, caxingui ou nútria, no Azerbaijão, esses estudiosos não sabiam que estavam liberando um roedor que se tornaria uma das maiores pragas do mundo.

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Intervenção humana

Ao longo dos séculos, houve várias tentativas humanas de introduzir ou reintroduzir espécies novas ou extintas em diferentes ambientes.

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Zoologia soviética

Uma das tentativas mais bem documentadas foi a do zoólogo russo Nikolai Vereshchagin. Seu trabalho ainda impacta ecossistemas hoje.

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A missão

No início do século XX, Vereshchagin partiu em uma missão para coletar evidências de todas as espécies de animais que haviam sido extintas no Azerbaijão, Armênia e Geórgia.

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O papel das pinturas rupestres

O pesquisador examinou pinturas rupestres enquanto se deslocava pela região e, em 1954, publicou um livro no qual descreveu a evolução do Cáucaso ao longo de 11.000 anos.

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Intenções ousadas

Com seu estudo, Vereshchagin pretendia não apenas registrar a história ecológica da região; ele também queria mudá-la.

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Ecossistemas 'enriquecidos'

Uma das principais motivações para fazer isso era fornecer mais animais que os humanos pudessem caçar por pele ou lazer. No entanto, havia também um suposto objetivo de "enriquecer" ecossistemas.

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Animais importados

Em um esforço para reinventar a paisagem, Vereshchagin e sua equipe começaram a introduzir animais importados em grande escala.

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Variedades de mamíferos introduzidas

Somente no Azerbaijão, mais de nove espécies de mamíferos foram introduzidas. Esses animais incluíam chinchilas de cauda curta dos Andes e cães-guaxinins da China.

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Espécies em luta

A maioria das espécies que Vereshchagin e sua equipe introduziram lutaram para sobreviver em seu novo ambiente. Uma exceção, no entanto, foi o rato gigante do pântano sul-americano, que inclusive está presente em países como o Brasil, mais especificamente na região Sul.

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Ratos do pântano

Quando Vereshchagin levou pela primeira vez o rato do pântano, também conhecido como rato-d’água, ratão-do-banhado, caxingui ou nútria, para o Azerbaijão, ele introduziu uma população modesta de apenas 213 roedores.

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No século 21

Avançando 70 anos, ratos de pântano podem ser encontrados em habitats por todo o mundo. Além disso, esses animais são reconhecidos como uma das 100 pragas mais invasivas do mundo.

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Sósias

Os ratos do pântano parecem um pouco com a capivara, o roedor mais amado das redes sociais. Em geral, no entanto, os ratos do pântano não são muito queridos.

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Aparência

Com dentes cortantes alaranjados que nunca param de crescer e uma cauda de cerca de 30 cm de comprimento, os ratos do pântano nunca foram algo muito atraente de se ver.

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Comportamento

Os ratos-d’água normalmente são encontrados vivendo em pares ou em grandes colônias e geralmente emergem durante a noite para comer raízes e gramíneas do pântano.

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Nadadores fortes

Esses animais são nadadores habilidosos, graças aos grandes pés palmados em suas patas traseiras. Eles também podem mergulhar por até cinco minutos para se alimentar e escapar de predadores.

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Adaptações

Os ratos do pântano têm várias adaptações que lhes permitiram prosperar em ambientes por todo o mundo. De fato, eles agora podem ser encontrados em todos os continentes, exceto na Antártida e na Oceania.

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Filhos

Uma característica importante das fêmeas é que elas podem dar à luz quatro ou cinco filhotes em uma única ninhada.

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Reproduzindo-se como ratos

Some isso ao fato de que elas podem engravidar novamente poucos dias depois, e você terá uma espécie capaz de procriar três ou quatro vezes por ano.

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Protegido contra predadores

Além disso, fora da América do Sul, sua região nativa, o ratão-do-banhado conseguiu prosperar sem a ameaça de seus predadores naturais.

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Advertência

Dito isso, há evidências de que eles fizeram seu caminho para as cadeias alimentares locais. Na Itália, por exemplo, eles são caçados pela raposa vermelha e pelo lobo cinzento.

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O problema com os ratos do pântano

Há uma série de problemas associados às populações de ratos de pântano. Primeiro, eles têm o péssimo hábito de cavar tocas nas margens dos rios, o que pode desestabilizar os cursos de água e causar erosão.

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Seus enormes apetites

Em segundo lugar, esses animais têm apetites enormes e são conhecidos por forragear agressivamente. De acordo com alguns relatos, ratos de pântano comem até 25% do seu peso corporal, tanto no verão quanto no inverno.

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Seus enormes apetites

Em ecossistemas do mundo todo, o apetite do ratão-do-banhado destruiu as plantações dos agricultores e afetou negativamente diversas espécies de plantas, insetos, pássaros e peixes.

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Reservatórios para doenças

Por fim, ratos de pântano têm a reputação de carregar doenças que são prejudiciais aos humanos. Uma dessas doenças é a toxoplasmose.

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Toxoplasmose

A toxoplasmose é uma infecção que geralmente não apresenta sintomas; no entanto, pode ser perigosa para mulheres grávidas e pessoas com sistema imunológico enfraquecido.

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Tentativas de erradicação

Como resultado de tudo isso, muitos países vêm tentando há anos erradicar os ratos de pântano. No entanto, quase nenhum conseguiu.

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O Reino Unido

Uma rara exceção é o Reino Unido, onde, após um esforço coordenado de caça e captura, o último ratão selvagem foi capturado em 1989.

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Resto do mundo

Para o resto do mundo, a remoção completa é muito mais desafiadora, e os especialistas continuam a lidar com os efeitos nocivos da introdução artificial de uma espécie em um novo habitat.

Fontes: (BBC)

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Mundo Mundo 04/12/24 POR Notícias Ao Minuto


No início do século XX, um grupo de cientistas soviéticos começou a introduzir novas espécies de mamíferos no Cáucaso. Esses pesquisadores importaram uma grande variedade de espécies, de chinchilas sul-americanas a cães-guaxinins chineses. No entanto, quando incorporaram o rato do pântano, também conhecido como rato-d’água, ratão-do-banhado, caxingui ou nútria, no Azerbaijão, esses estudiosos não sabiam que estavam liberando um roedor que se tornaria uma das maiores pragas do mundo.

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