PM que jogou homem de ponte tem oito anos de corporação e respondeu a 2 inquéritos

A Corregedoria pediu apenas a prisão de Luan Felipe Alves Pereira

© Divulgação

Justiça Violência 04/12/24 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O soldado da PM Luan Felipe Alves Pereira, 39, que teve o pedido de prisão solicitado pela Corregedoria por ter atirado um homem de uma ponte na zona sul de São Paulo, tem oito anos de corporação e já respondeu anteriormente ao menos a dois Inquéritos Policias Militares (IPM).

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Ele é um dos agentes afastados devido à participação no caso, que agravou uma crise de segurança na gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos). Um vídeo mostra quando Pereira joga homem de 25 anos de uma ponte, após o término de uma perseguição de motos.

Conforme policiais ouvidos pela reportagem, todos os policiais foram colocados à disposição da Corregedoria, mas apenas Pereira prestou depoimento. Ele teria dado uma versão considerada pouco crível pelos superiores, de que teria tentando fazer uma revista pessoal no suspeito e acabou se desequilibrando.

O restante dos PMs afastados teria ficado em silêncio.

A Corregedoria pediu apenas a prisão de Pereira, por considerar que ele tomou sozinho a decisão de jogar o homem. O pedido de prisão preventiva ocorreu após pressão do governador, como forma de tentar estancar a crise de segurança.

A reportagem conversou na manhã desta quarta-feira (4) com o advogado de Pereira, que confirmou que o cliente é apontado como o suspeito de atirado o rapaz da ponte. O defensor disse que conversaria com o cliente no meio da tarde, para, eventualmente, dar um posicionamento oficial, mas isso não aconteceu.

Os agentes de segurança envolvidos na perseguição pertencem à Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) do 24° Batalhão de Polícia Militar, com sede em Diadema, na Grande São Paulo. As imagens, que teriam sido registradas na noite de domingo ou na madrugada de segunda, mostram quatro policiais na ponte da qual o homem é jogado.

Pereira tem ao menos dois inquéritos em seus assentamentos, quando o policial sofre investigação interna pela suspeita de ter cometido um crime. Um dos casos ocorreu me 2019 e outro em 2020, conforme publicações oficiais, ambos quando ele estava em uma unidade da zona sul da capital.

A reportagem solicitou à PM informações sobre esses casos, se houve pedido de demissão ao final das investigações, mas a corporação não respondeu até publicação deste texto.

O Tribunal de Justiça Militar de São Paulo informou que o PM foi indiciado em um inquérito relativo ao homicídio de Maycon Douglas Valério.

O processo chegou ao tribunal março do ano passado e foi remetido para a Justiça comum (Comarca de Diadema) no mês de junho.

Conforme informações do processo, ele teria efetuado 12 disparos contra um motoqueiro que, após tentativa de fuga, acabou caindo e fugindo a pé. Pereira seguiu o suspeito a pé, e, ao alcançá-lo, houve confronto, na versão do PM.

Neste ano, o Ministério Público entendeu que o policial agiu em legítima defesa e pediu o arquivamento o PM arquivamento do processo, que foi aceito pela Justiça, conforme antecipou o colunista Josmar Jozino, do UOL. As informações foram confirmadas pela Folha de S.Paulo.

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