Venezuela anuncia soltura de mais 177 detidos em atos contra as eleições

Grupos de direitos humanos dizem que só conseguiram verificar parte dessas libertações

© PEDRO RANCES MATTEY/AFP via Getty Images

Mundo Conflitos Há 14 Horas POR Folhapress

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, afirmou nesta segunda-feira (23) que mais 177 pessoas presas durante os protestos ocorridos após as eleições no país serão soltas, elevando o total de prisioneiros libertados para 910.

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Uma das figuras de proa do regime de Nicolás Maduro, Saab anunciou nas últimas semanas uma série de libertações das mais de 2.000 pessoas detidas após participarem dos protestos que se seguiram às eleições presidenciais, em 28 de julho, em meio às denúncias de fraude contra a ditadura. Entre os presos, estavam 164 adolescentes.

Grupos de direitos humanos dizem que só conseguiram verificar parte dessas libertações, e que pelo menos três manifestantes morreram sob custódia.

Ainda nesta segunda, o ex-presidente espanhol Felipe González (1982-1996) pediu ao primeiro-ministro do país, Pedro Sánchez, que facilite o regresso a Caracas de Edmundo González Urrutia, reconhecido como o legítimo presidente venezuelano por diversos países.

O ex-presidente espanhol, que tem 82 anos, ofereceu-se para acompanhar o venezuelano na viagem. "Se eu tivesse que tomar decisões, eu o levaria de avião, como o trouxemos", disse. "Eu o levaria de avião e estou disposto a acompanhá-lo."

Maduro "tornou-se um tirano arbitrário sem legitimidade democrática" e, "embora possa parecer" o contrário, "as tiranias não são eternas", acrescentou o ex-presidente. "Pergunte a [Bashar] al-Assad", concluiu, referindo-se ao ex-ditador da Síria, que teve o regime derrubado no último dia 8.

Edmundo González deixou a Venezuela em direção à Espanha, onde pediu asilo político, em setembro.

À época, em um áudio divulgado por seus assessores, afirmou que pretendia seguir lutando pela recuperação da democracia e da liberdade dos venezuelanos, mesmo que de longe.

O ex-diplomata de 75 anos não aparece em público desde 30 de julho, quando participou de uma manifestação contra o regime.

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