Governo Lula deve escalar embaixadora para representar Brasil na posse de Maduro

A escolha de Glivânia, que representa o Brasil em Caracas desde o início de 2024, mantém a linha adotada pela diplomacia brasileira a partir da contestada eleição que, segundo autoridades eleitorais controladas pelo chavismo, deu a Maduro um terceiro mandato.

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Mundo BRASIL-VENEZUELA 02/01/25 POR Folhapress

RICARDO DELLA COLETTABRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá escalar a embaixadora do Brasil na Venezuela, Glivânia Maria de Oliveira, para representar o país na posse do ditador Nicolás Maduro. A cerimônia está marcada para 10 de janeiro.

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A escolha de Glivânia, que representa o Brasil em Caracas desde o início de 2024, mantém a linha adotada pela diplomacia brasileira a partir da contestada eleição que, segundo autoridades eleitorais controladas pelo chavismo, deu a Maduro um terceiro mandato.

As relações entre o regime e o governo Lula atingiram seu nível mais baixo após o pleito, mas o petista manteve a embaixadora na Venezuela sob o argumento de que era preciso ter algum canal de interlocução com o chavismo.

O nível de representação numa posse presidencial é um sinal da importância que o Brasil atribui às relações com o outro país. Lula, por exemplo, prestigiou a posse de Claudia Sheinbaum na Presidência do México, enquanto o vice, Geraldo Alckmin, foi escalado para posses na Guatemala e no Irã.

Mesmo no caso da cerimônia de posse do ultraliberal argentino Javier Milei, desafeto de Lula, o representante brasileiro foi o chanceler Mauro Vieira -uma escolha que destacou a importância das relações entre Brasil e Argentina apesar da distância ideológica dos dois governantes.

As eleições de julho de 2024 foram marcadas por acusações de fraude feitas pela oposição, que se declarou vitoriosa e divulgou atas eleitorais que comprovariam o triunfo do diplomata Edmundo González.

Mesmo diante da pressão feita pelos Estados Unidos e por países da Europa e da América Latina, incluindo o Brasil, Maduro não divulgou as atas que respaldariam a vitória anunciada pelas autoridades eleitorais.

O impasse desencadeado após a eleição abriu ainda uma crise diplomática entre o governo Lula e o regime de Maduro.

A ditadura passou a criticar Lula, e com mais intensidade ainda o Itamaraty. A pasta chegou a ser acusada de ser vinculada ao Departamento de Estado americano, e Celso Amorim, assessor de Lula que esteve em Caracas para a eleição, foi chamado de "mensageiro do imperialismo norte-americano".

Em outra frente, o Brasil assumiu a proteção diplomática da embaixada argentina em Caracas, onde um grupo de opositores está há meses asilado. O chavismo chegou a anunciar que havia retirado a custódia brasileira, num gesto interpretado como ameaça de invasão do prédio. No final, não houve entrada de agentes venezuelanos no edifício, e os asilados continuam no local.

A situação na embaixada argentina pesou na decisão de González de deixar a Venezuela e pedir refúgio na Espanha, em setembro.Apesar de González ter reiterado que pretende retornar a Caracas para tomar posse como presidente legítimo do país, não há qualquer sinal de que o regime pretenda promover uma transição no poder.

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