Empresários não gostam do aumento de imposto sugerido por Meirelles

Para economistas, os incentivos dados à indústria, sejam fiscais ou financeiros, devem ser praticados com atenção e monitoramento

© Agência Brasil

Economia CPMF 14/05/16 POR Notícias Ao Minuto

A proposta do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de que o governo poderá adotar um “tributo temporário”, referindo-se à CPMF, foi mal recebida pelos empresários.

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Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), um ferrenho opositor da volta da CPMF desde que a ideia foi retomada, há mais de um ano, ainda na gestão de Dilma Rousseff, mantém-se irredutível em relação à ideia. Em entrevista ao jornal O Globo, Skaf insistiu na necessidade da redução dos gastos da máquina pública. "Ninguém aceita pagar mais impostos. Já se paga bastante. Há formas de reduzir gastos, desperdícios, e aumentar a arrecadação sem aumentar os impostos", afirmou o presidente da Fiesp.

Fernando Pimentel, presidente da Abit, associação que representa as indústrias têxteis, foi mais duro, dizendo que a ideia de criar um novo imposto é “mais do mesmo e não é para isso que esse governo está lá”. Ele defendeu, também em entrevista ao Globo, que haja uma reestruturação do sistema tributário, classificado por ele de “insano”.

Os economistas ouvidos pela publicação avaliam que a política de desoneração de tributos não passou de medida paliativa para compensar a alta carga tributária e nunca teve o efeito esperado, de ser revertida em novos investimentos. A redução de impostos começou no governo Lula, no fim de 2008, para estimular o crescimento do país e compensar os efeitos da crise global. Os benefícios explodiram em 2011, no primeiro mandato do governo Dilma. Foram reduzidas ou zeradas as alíquotas de tributos sobre produtos tão diferentes quanto automóveis e queijo do reino.

David Kupfer, da UFRJ, afirma que os incentivos dados à indústria, sejam fiscais ou financeiros, devem ser praticados com atenção e monitoramento. Do contrário, podem não produzir os efeitos desejados. Ele defende que os incentivos fiscais continuem fazendo parte da política industrial porque são instrumentos necessários para realimentar a indústria. No entanto, precisam de um desenho diferente, da exigência de contrapartida. A cada real de desoneração, que sejam gerados R$ 0,50, R$ 0,20 de investimento, exemplifica.

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