Trump diz que Oriente Médio 'vai virar um inferno' se reféns não forem soltos

Trump já havia dito que encerraria os dois principais conflitos nos quais os EUA estão envolvidos, na Ucrânia e na Faixa de Gaza

© <p>Getty Images</p>

Mundo Estados Unidos 07/01/25 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (7) durante uma entrevista coletiva que o Oriente Médio 'vai virar um inferno' se os reféns ainda em poder do grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza não forem libertados até o próximo dia 20, quando o republicano toma posse.

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Durante a campanha presidencial, Trump havia dito que encerraria os dois principais conflitos nos quais os EUA estão envolvidos, na Ucrânia e na Faixa de Gaza, antes mesmo de chegar oficialmente à Casa Branca. Não há sinais de que isso esteja próximo de acontecer -os ataques israelenses contra o território palestino continuam, e a Rússia segue avançando lentamente contra o país vizinho.

"Se os reféns não estiverem de volta quanto eu assumir a Presidência, o Oriente Médio vai virar um inferno", disse Trump nesta terça a jornalistas em entrevista na sua mansão em Mar-a-Lago, na Flórida. "E não vai ser bom para o Hamas, e não vai ser bom, francamente, para ninguém. Vai virar um inferno. Não preciso dizer mais nada, mas é a verdade."

O grupo terrorista palestino, que está em novas negociações com Qatar e Egito para atingir um cessar-fogo em Gaza, respondeu dizendo que qualquer acordo para a libertação dos reféns precisa incluir uma retirada de soldados de Israel do território. E chamou a fala de Trump de afobada.

O governo Joe Biden, que termina em menos de duas semanas, renovou os esforços para atingir um cessar-fogo antes do fim do mandato. Entretanto, Israel e Hamas se acusam mutuamente de insistir em condições inaceitáveis -por exemplo, a exigência de Tel Aviv de que o Hamas deixe de existir, e a do grupo de que a presença militar israelense termine imediatamente.

"O único obstáculo para a libertação dos reféns se chama Hamas", disse um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores de Israel nesta terça. "Israel continua completamente comprometido com chegar a um acordo [de cessar-fogo]."

Um indicativo de que um cessar-fogo poderia virar realidade em breve foi a declaração, por parte de um porta-voz do Hamas na Argélia, de que o grupo aprovou uma lista de 34 reféns israelenses que seriam libertados imediatamente após o início de uma eventual trégua em troca de um número ainda não revelado de prisioneiros palestinos.

O porta-voz disse ainda que espera de Trump "falas mais disciplinadas e diplomáticas" no futuro.

Nesta terça, bombardeios israelenses mataram 22 palestinos na Faixa de Gaza, incluindo quatro pessoas dentro de uma casa e outras 12, entre elas quatro crianças, em um campo de refugiados no norte do território.

Quase 46 mil palestinos foram mortos por ataques de Israel desde o início do conflito atual, em 7 de outubro de 2023.

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