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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Natanyahu, revelou neste domingo (15) ter comunicado ao ministro dos Negócios Estrangeiros que o apoio dado por Paris à resolução da UNESCO sobre Jerusalém lança dúvidas sobre a imparcialidade da iniciativa de paz.
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"Eu disse a ele que a escandalosa resolução aprovada pela UNESCO com o apoio da França, que não reconhece a ligação de milhares de anos entre o povo judeu e o Monte do Templo, em Jerusalém, lança dúvidas sobre a imparcialidade da França no processo", disse Netanyahu aos membros do seu Governo, após o encontro com Jean-Marc Ayrault.
O Monte do Templo, também designado de Nobre Santuário pelos muçulmanos, é um lugar sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos, sendo um dos locais mais disputados do mundo.
Netanyahu aludia a uma resolução aprovada o mês passado pela UNESCO que não faz qualquer referência à ligação que os judeus têm com o Monte do Templo e à sua importância sagrada para o judaísmo.
Ayrault visitou Jerusalém e Ramallah, onde se avistou com o presidente palestino Mahmud Abbas, para preparar o encontro internacional, em 30 de maio, destinado a reatar as conversações de paz, depois do colapso em abril de 2014 do acordo mediado pelos Estados Unidos.
Os representantes israelenses e palestinios não foram convidados para o encontro na França, tendo Netanyahu reiterado a sua oposição às tentativas indiretas de solucionar o conflito, acusando os palestinos de se recusarem a ter negociações diretas.
"Disse-lhe (a Ayrault) que a única maneira de avançar uma paz verdadeira entre nós e os palestinos é através de conversações directa, sem pré-condições", relatou Netanyanhu aos seus ministros.
Segundo o primeiro-ministro israelense, qualquer tentativa indireta e distante de negociar a paz permite aos palestinos fugirem da questão central do conflito, que é não reconhecerem o Estado de Israel".
"Eles, simplesmente, evitam negociar conosco", observou Netanyanhu.