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Um dos poucos parlamentares do mesmo partido do presidente interino Michel Temer, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) é contra o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff e o chama de "golpe".
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O ex-governador do Paraná disse à BBC Brasil que a petista não seria capaz de construir as alianças necessárias, propondo alterações radicais em suas políticas, "porque é muito teimosa".
O político nega pressões internas em sua legenda por ser contrário ao impeachment, "o PMDB não é o partido nazista", afirma o senador.
Requião, que está em Lisboa para participar da cúpula da Assembleia Parlamentar Euro-Latino-América (EuroLat), parte de um grupo de parlamentares brasileiros contrários ao processo de impedimento que quer buscar apoio da comunidade internacional.
"Acredito que o impeachment só seria revertido pela própria Dilma, criando um a aliança para formar um governo de coalizão nacional, uma mudança radical da política econômica, a busca pelo apoio popular, mas isso dificilmente ela fará, porque é muito teimosa. A Dilma vai seguir a mesma linha em que estava governando, que é uma linha inaceitável", declarou ele em entrevista.
O ex-governador afirma que dificilmente uma incapacidade do governo Temer salvará o mandato da petista, mas pode levar a uma mudança da orientação da política econômica do Brasil, com Dilma ou sem Dilma.
Questionado sobre as novas eleições presidenciais e se isso seria possível de ser realziado sem danos, o senador diz que a eleição elimina os danos dessa transição. "Dilma perdeu o seu próprio apoio porque governou com a política econômica do adversário. Perdeu sua base e não ganhou outra. E ainda por cima se relacionou mal com o Congresso nacional. Temer tenta agora uma virada absurda para uma visão neoliberal, um programa muito parecido com o programa que destruiu a Grécia".