Venezuela prende chefe de segurança de presidente da Assembleia

Homem foi preso sob alegações de ter organizado uma ação contra policiais, incluindo uma oficial do sexo feminino, durante uma marcha nesta semana

© Reuters

Mundo Detenção 20/05/16 POR Folhapress

Autoridades venezuelanas prenderam o chefe de segurança do presidente da Assembleia Nacional, Henry Ramos Allup (foto), sob alegações de ter organizado uma ação contra policiais, incluindo uma oficial do sexo feminino, durante uma marcha nesta semana.

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Vídeos mostraram ao menos cinco jovens atacando, com socos e bastões, três policiais em uma rua em meio ao caos durante um protesto de quarta (18), quando manifestantes reivindicaram um referendo para revogar o mandato do presidente Nicolás Maduro.

"O autor intelectual que pagou aqueles terroristas para bater naquela jovem policial está preso", disse Maduro na noite de quinta (19), referindo-se a Coromoto Rodríguez, chefe de segurança de Ramos Allup. "Ele será julgado e enviado a uma prisão de segurança máxima."

À reportagem, o presidente da Assembleia Nacional criticou a prisão de seu chefe de segurança. "Como não se atrevem a mexer comigo, por mais vontade que tenham, atacam meus colaboradores mais próximos", disse.

"Coromoto esteve por 17 anos nas forças de segurança, recebe como delegado aposentado e não tem um registro negativo sequer contra ele. Como ousam dizer agora que é é terrorista e torturador?".

Segundo Ramos Allup, seu assessor foi levado à sede do serviço secreto e deve ser levado aos tribunais. Ele acusou o governo de ter obrigado opositores presos no protesto de quarta a incriminar seu chefe de segurança.

"Temos informação de que algumas pessoas presas nos distúrbios receberam golpes e foram torturados fisicamente para incriminar Coromoto e acusá-lo de lhes ter pagado dinheiro para cometer atos de violência durante os protestos".

A oposição venezuelana conquistou o controle do parlamento em eleições em dezembro e tentam destituir Maduro do cargo neste ano por meio de um referendo.

Maduro, que venceu uma eleição em 2013 para substituir o ex-presidente Hugo Chávez, acusa a oposição de tentar fazer um golpe contra ele com apoio dos EUA. Ele descreveu o funcionário de segurança Rodríguez como um conhecido "torturador" antes do governo socialista na Venezuela.

Ambos os lados se acusam mutualmente pela violência.

A oposição diz que forças de segurança têm atuado de forma pesada para bloquear marchas e reprimir manifestantes usando gás lacrimogêneo e de pimenta. Autoridades dizem que a oposição procura problema ao jogar pedras contra forças de segurança e atacar oficiais em incidentes como os de quarta. Com informações da Folhapress.

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