© Agência Senado
Após pedir licença do cargo de ministro do Planejamento na noite de segunda-feira (23), Romero Jucá (PMDB-RR) falou pela primeira vez nesta terça-feira (24) ao subir à tribuna.
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A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) discursou sobre o vazamento dos áudios da conversa entre o peemedebista e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, em que o ex-ministro sugeriu uma "mudança" no governo federal para fazer um pacto para "estancar a sangria" representada pela Lava Jato. O parlamentar, então, respondeu:
"A senadora tratou de forma irresponsável [o assunto]", afirmou Jucá ressaltando que vai se defender em discurso no Senado na quarta-feira (25), de acordo com o UOL.
"Não fiz nenhuma ação para impedir a investigação da Lava Jato. Estarei à disposição para debater com todos: fundamentalistas, petistas, arrivistas, qualquer um que queira levantar qualquer tipo de questionamento."
O ex-ministro reafirmou que foi ele que pediu para se afastar do governo. "Não cometi nenhum ato de irregularidade. O presidente Michel Temer pediu que eu continuasse no ministério, mas eu entendi que, para que as coisas sejam esclarecidas e evitar exatamente esse tipo de manifestação atrasada, irresponsável e babaca de algumas pessoas, eu encaminhei ao seu Rodrigo Janot solicitando informação se na minha fala que foi gravada, à minha revelia, se há algum crime ou alguma imputação de conduta irregular. Falei com o presidente Michel, me afastei enquanto a PGR não responder a essa questão. Estou muito tranquilo", explicou ele.
O presidente interino Michel Temer passa pelo seu primeiro grande desafio no Congresso desde que assumiu o governo federal, há 12 dias. Em sessão conjunta na manhã desta terça, Câmara e Senado devem começar a apreciação do projeto de lei que altera a meta fiscal para este ano.
A ideia do novo governo é mudar a atual previsão para um deficit de R$ 170,5 bilhões. Temer precisa que deputados e senados votem a favor desse projeto até o fim deste mês. Caso isso não aconteça, o governo corre o risco de não ter dinheiro para pagar suas contas.
Na última semana, o presidente em exercício apelou aos líderes partidários pela aprovação da nova meta fiscal e chegou a declarar que "se não aprovar, daqui a pouco quem estará cometendo pedalada sou eu", se referindo às manobras que serviram de justificativa para aprovar o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.