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Economista-chefe do Instituto Ayrton Senna e professor do Insper, Ricardo Paes de Barros foi um dos colaboradores do documento "Travessia Social", espécie de proto-programa do PMDB para a área social.
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"A gente não entrou nessa crise fiscal por causa do nosso combate à pobreza, mas porque além disso resolvemos fazer várias outras coisas – como o não-ajuste na Previdência – que levaram a um desequilíbrio intolerável", diz Barros.
Segundo a Exame, em debate realizado nesta segunda-feira (23), no Fórum Veja em São Paulo, o economista destacou progressos dos últimos 15 anos, como a redução da pobreza e da mortalidade infantil, mas disse que a política social precisa ser "focalizada".
Barros afirma que a ideia é "cortar não no que chega no pobre, e sim no que não chega" e diz que isso é possível porque os 40% mais pobres tem apenas 10% do PIB. "Eles não são responsáveis pela nossa crise fiscal então não devem ser penalizados, e tem várias maneiras de fazer isso".
Uma que ele cita é a maior eficiência e participação do setor privado, medida destacada também por outro participante do debate, Paulo Leme, presidente do Goldman Sachs no Brasil. Paulo classificou a situação atual como "uma crise de solvência e colapso de produtividade e crescimento" e disse que a primeira tarefa do novo governo é ter "um plano de pautas, o que é muito difícil porque as escolhas são muito difíceis".
Paulo Barros afirma ainda que "todo processo de privatização é bem vindo", inclusive da Petrobras, mas pondera que é preciso tirar lições do processo ocorrido nos anos 90: "A questão é como você faz e se o setor privado está realmente capacitado para participar", disse ele.
Os participantes concordam que passada a instabilidade, não faltarão investidores interessados no mercado brasileiro.