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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não deve adotar qualquer ação coordenada para conter a produção da commodity em sua reunião desta quinta-feira, afirmaram representantes. O encontro de autoridades ocorre no momento em que há sinais de sucesso na abordagem de não impor um corte na produção, nos últimos 18 meses.
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Os preços do petróleo quase dobraram, desde que atingiram as mínimas em mais de dez anos no início de 2016, já que o excesso de oferta que pesava sobre o mercado desde 2014 mostra sinais de perder força. O aumento do preço reduziu a força dos pedidos de ação dentro da Opep, cartel que controla mais de um terço da produção de petróleo mundial.
Não há proposta específica sobre a produção na reunião semestral da Opep em Viena, disse o enviado iraquiano no cartel, Falah al-Amri. Vários outros representantes falaram o mesmo, na semana passada.
A Arábia Saudita e seus aliados do Golfo Pérsico, como o Kuwait, veem a alta nos preços como um sinal do sucesso da estratégia defendida por eles na reunião de novembro de 2014. A melhora na economia dos Estados Unidos colaborou para o sucesso, com a perspectiva de aumento na demanda e que o próprio mercado acabe por se ajustar.
Agora, delegados da Opep de Irã, Iraque, Kuwait e Nigéria, entre outros, têm defendido que o mercado caminha para um equilíbrio.
A Opep espera que a produção de petróleo dos EUA caia 430 mil barris por dia neste ano, por causa dos preços baixos, o que reduz a competição. Além disso, houve problemas na produção no Canadá, onde um incêndio atingiu uma importante área do setor, Alberta, e também ocorreram ataques contra a infraestrutura de produção na Nigéria. Com isso, a produção global caminha para um equilíbrio, ainda que o fato de que exista uma grande quantidade de petróleo em estoque pese sobre os preços.
Mesmo se não houvesse problemas na oferta em outros países e uma alta nos preços a perspectiva por uma ação da Opep seria pequena. A tensão entre a Arábia Saudita e o Irã - rivais na busca por poder no Oriente Médio - afetou a política para o petróleo e um esperado acordo para conter a produção entre membros da Opep e de fora do grupo não saiu. Porém ainda há uma divergência entre os membros mais ricos, como Arábia Saudita e Emirados Árabes, que se mostram satisfeitos com o quadro, e os países mais pobres, como Venezuela e Argélia, que defendem a volta a uma postura mais intervencionista do cartel.
A Opep deve admitir um 14º membro nesta quinta-feira, o Gabão, um país do oeste africano, o que deve adicionar 240 mil barris ao dia à produção da commodity do grupo. A fatia da Opep na produção mundial deve aumentar para 44% até 2025, de 41% agora, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).
A reunião será a primeira desde que a Arábia Saudita lançou um plano para transformar sua economia a reduzir a dependência do petróleo. Também será a primeira após a retirada de sanções internacionais contra o programa nuclear do Irã, que levou o país a exportar mais petróleo. Teerã tem se recusado a apoiar qualquer iniciativa para reduzir a oferta da commodity, argumentando que primeiro precisa retomar seus níveis de petróleo comercializados antes das punições. Com informações do Estadão Conteúdo.